Dívida de R$ 10 milhões pode paralisar atendimentos no Instituto Mário Penna

Hoje em Dia*
16/03/2015 às 16:14.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:22
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Uma dívida de R$ 10 milhões pode paralisar os atendimentos no hospital do Instituto Mario Penna nos próximos dias. O problema, segundo o diretor da unidade de saúde, Carlos Eduardo Ferreira, é intensificada pelo atraso de repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) e IPSEMG, que totalizam R$ 11 milhões.   Segundo o diretora a situação é delicada e se repete em vários hospitais. Ele conta que se não fosse a verba das doações o hospital não estaria funcionando hoje.  “O hospital tem um déficit de R$ 10 milhões, que se não for regularizado nos próximos dias poderá acarretar na paralisação dos médicos e interrupção dos atendimento”, afirmou.    O problema foi revelado na manhã desta segunda-feira (16), em uma reunião entre a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), diretores de hospitais de Belo Horizonte e o secretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta.   Endividamento   A dívida da Santa Casa de Belo Horizonte é de aproximadamente R$ 370 milhões, entre débitos tributários, bancários, com fornecedores e prestadores de serviços. Já o Hospital da Baleia está devendo R$ 37 milhões.    O subfinanciamento da saúde pública e o alto endividamento estão entre as principais dificuldades enfrentadas pelos hospitais filantrópicos de Belo Horizonte e inviabilizam a execução de novos investimentos nessas entidades. A conclusão é de deputados e representantes da Santa Casa de Belo Horizonte, do Hospital Luxemburgo e do Hospital da Baleia.   De acordo com o assessor da superintendência de Assistência à Saúde da Santa Casa, Gláucio de Oliveira Nangino, a instituição já negocia uma linha de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 133 milhões, para pagamento de uma parte dessa dívida com bancos e fornecedores.   Além disso, Nangino explicou que o hospital conseguiu a remissão da sua dívida tributária no valor de R$ 234 milhões e que a Santa Casa está em processo de redução de terceirizações e tem a previsão de ampliar seus serviços ambulatoriais.   O assessor da diretoria executiva do Hospital da Baleia, Jorge Rodrigues Delbons, disse que unidade também já está em busca de um novo empréstimo. “Tomamos os empréstimos para suprir as deficiências entre custos e receitas”, explicou. Ele considerou que o hospital deixa de crescer para não “se afundar” ainda mais em dívidas.   Apagão   O presidente da Associação Médica de Minas Gerais, Lincoln Lopes Ferreira, afirmou que o Brasil se encontra em antepenúltimo lugar no ranking de financiamento da saúde na América Latina. “Estamos praticamente diante de um apagão na saúde”, disse. Ele também lamentou o fato de a União não investir 10% de sua receita corrente líquida na área da saúde, conforme previsto pela Emenda 29 à Constituição Federal. Segundo ele, o cumprimento dessa determinação constitucional representaria cerca de R$ 40 bilhões a mais para investimentos na área.   Baixa remuneração   Segundo o deputado Arlen Santiago (PTB), um dos dos principais problemas é o subfinanciamento dos hospitais. Segundo ele, para não fecharem as portas, essas instituições têm recorrido a financiamentos bancários, pagando juros que variam entre 16% e 20% ao ano. Ele também cobrou a correção dos valores pagos pela tabela do SUS para os procedimentos médicos. E exemplificou que por um parto é pago o valor de R$ 443, contra R$ 465 pela cirurgia de retirada de trompas, que, segundo o parlamentar, é um procedimento mais simples.   (* Com informações de Letícia Alves - Hoje em Dia e ALMG)

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