Da palha de aço na antena a outras invenções, os brasileiros são os reis da gambiarra

Izabela Ventura - Hoje em Dia
07/07/2013 às 07:44.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:50

Atire a primeira pedra quem nunca fez uma gambiarra em casa, tipo colocar palha de aço na antena de TV. Atitudes assim mostram como alguns produtos ganham funções diferentes para atender a necessidades cotidianas imediatas. E o povo brasileiro, criativo que é, mostra-se um grande “gambiarreiro”, no bom sentido da palavra.   Pesquisa do designer Rodrigo Boufleur, realizada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP), mostra como objetos industrializados feitos para certos fins incorporam novas utilidades por meio de improvisações.   Foram destacadas 260 gambiarras do cotidiano nacional que são uma “mão na roda” para resolver pequenos problemas. Faca de serra usada como chave de fenda; jornais como limpador de vidros; fita adesiva para emendar óculos; embalagens de salgadinhos para ampliar o alcance de antenas de wi-fi são alguns exemplos.   Inventores   O empresário Epaminondas Lopes, de 51 anos, o “Nandinho”, fez uma gambiarra enorme na van em que transporta motos para as trilhas que faz, todo fim de semana, na Grande BH. Tubos no teto armazenam 230 litros de água ligados a um chuveiro para ele tomar banho após as corridas.   As portas traseiras da van dão privacidade, e os tubos pretos expostos ao sol deixam a água quentinha. “Até seis pessoas conseguem tomar um banho rápido e ir para o bar, à noite”, garante.   A arquiteta Isabela Soares da Cunha, de 38 anos, diz que o pai, o engenheiro José Soares, de 68, é o “rei da gambiarra”. Munido de uma caixa com mais de 200 ferramentas, ele faz todo tipo de remendo em casa. Um dos mais eficientes é no chuveiro: se queimar a resistência, José consegue que ela dure mais dois banhos, antes de ter que trocar.   “Cresci vendo-o inventar técnicas para resolver as coisas, de improviso. Enrolava a mangueira do jardim em roda de carro como suporte, ensinou a colocar argola de chaveiro no zíper estragado da calça e a tirar excesso de cera do taco com gasolina e palha de aço”, lembra Isabela.   Já na casa do fisioterapeuta Victor Ribeiro, de 32 anos, as gambiarras ajudam os três moradores a se virarem com as tarefas domésticas. Uma antiga proteção para hélice de ventilador ganhou pregadores de roupa para solucionar a falta de espaço no varal. “É muito útil para pendurar meias e cuecas”, conta.    Leia mais na http://hojeemdiardp2.digitalpages.com.br/html/reader/93/18974

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