Defesa Civil pode pintar meios-fios da área de inundação para orientar população em Barão de Cocais

José Vítor Camilo
26/03/2019 às 18:27.
Atualizado em 05/09/2021 às 17:58
 (Defesa Civil/Divulgação)

(Defesa Civil/Divulgação)

Após a conclusão do simulado e a percepção de que algumas coisas precisam ser melhoradas para orientar a população em caso de rompimento de barragem em Barão de Cocais, na região Central do Estado, a Defesa Civil Estadual estuda pintar de cor diferente os meios-fios das ruas que estão incluídas na mancha de inundação, de forma a orientar a população em um momento de emergência. 

A possibilidade foi anunciada ao Hoje em Dia, nesta terça-feira (26), pelo tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador do órgão, e que está chefiando os trabalhos na cidade. "Essa ideia de pintar os meios-fios pode ser uma solução em caso de emergência. Pois se a pessoa sair de casa, ou se estiver na rua e não souber se ali é um local seguro, vai bastar olhar para o meio-fio. Se for dessa cor, ainda não definida, a pessoa saberá que precisa sair dali", explicou. 

No dia seguinte à simulação, as redes sociais da Prefeitura de Barão de Cocais foram tomadas por moradores revoltados. Alguns deles questionavam o tempo de 32 minuitos apresentado pela Defesa Civil como o gasto para o fim da evacuação. Uma mulher chegou a afirmar que ficou 50 minutos aguardando a passagem do carro de som, tendo chegado ao ponto de encontro somente após 1h.

O tenente-coronel explica que o tempo apresentado por eles é relativo à remoção das pessoas da área de inundação. "Algumas pessoas deixam essa área andando poucos metros, porém, levam mais tempo para chegar ao ponto de encontro. O que acontece é que, mesmo que ela leve uma hora para subir até o ponto de encontro, ela já estará segura após alguns metros caminhados", exemplifica. 

Ele confirmou que houveram algumas pessoas com dificuldade de locomoção, ou que estavam ajudando outras pessoas, que chegaram ao ponto de encontro somente após 1h.  "Também tivemos várias pessoas que se recusaram a participar, que simplesmente não saíram de casa. Quando a viatura passou, eles falaram que não iriam, que abririam mão do simulado. Por isso, informamos que atingimos cerca de 60% do nosso público total", completou Godinho. 

O coordenador da Defesa Civil Estadual disse ainda que, nesta terça-feira, o órgão fez visitas nas casas de 46 pessoas com necessidades especiais de locomoção. Dentre estas, 10 quiseram ir para hotéis, oito para casa de parentes e o restante preferiu ficar em casa mesmo. "Agora, vamos determinar um aporte financeiro a ser pago pela Vale para estas pessoas que preferiram ficar na casa de familiares", completou. 

Questionado sobre a possibilidade levantada por moradores de se fazer um simulado de forma surpresa, o tenente-coronel descartou a ideia. "A gente vê muita gente insegura, e com razão, mas não é o momento de fazer outro simulado. Nossa intensão com esse treino era só que as pessoas soubessem para onde ir. Para a Defesa Civil o simulado atingiu seu objetivo", finalizou Godinho. 

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