Defesa pede liberdade de segurança envolvido em troca de tiros entre policiais de MG e SP

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
24/10/2018 às 15:23.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:24
 (TV Globo/Reprodução/Montagem)

(TV Globo/Reprodução/Montagem)

A defesa de um dos seguranças que participou de uma transação milionária, que resultou na troca de tiros entre policiais civis de Minas Gerais e de São Paulo, entrou com um pedido de habeas corpus liberatório, nesta quarta-feira (24), na Justiça de Belo Horizonte.

O homem, que também é dono de uma empresa de segurança contratada para fazer a escolta "vip" de um outro envolvido no caso, está internado em estado grave no Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora, na região da Zona da Mata mineira.

Ele teve a prisão preventiva decretada no último fim de semana e está sendo escoltado na unidade de saúde. Além da liberdade, o advogado do segurança também pediu autorização para transferi-lo para um hospital de São Paulo.

A confusão, que terminou com um policial mineiro morto e dois baleados, aconteceu na última sexta-feira (19), no estacionamento de um hospital localizado no município mineiro. Seis pessoas, sendo dois delegados e dois policiais, tiveram a prisão preventiva decretada.

No pedido de habeas corpus, o advogado Pedro Augusto Possa defendeu que não há motivos para a prisão. "Ele é réu primário e agiu em legítima defesa, já que foi baleado antes de atirar", argumentou. Ainda conforme Possa, o homem tem residência e família em São Paulo, por isso também solicitou a transferência dele. "Lá ele terá melhores condições de tratamento", explicou.

O pedido será julgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, mas ainda não tem data para julgamento do caso.

Entenda

Conforme as investigações, um empresário paulista seguiu de helicóptero para Juiz de Fora, onde trocaria dólares por reais com um empresário mineiro. Para fazer a transação, ambos contrataram seguranças "vips". O paulista estava escoltado por nove seguranças, sendo oito policiais de SP. Já o mineiro estava recebendo a proteção de policiais civis de Minas.

Durante a transação, porém, um dos empresários constatou que parte do dinheiro era falsa, momento em que teve início o tiroteio. Com os envolvidos foram encontrados R$ 15 milhões, sendo que R$ 14 milhões eram em notas falsas. O empresário paulista deixou a cena do crime em uma aeronave particular com destino a São Paulo. Dias depois ele se apresentou à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e negou que estava fazendo uma transação ilegal.

Com os envolvidos na ocorrência foram apreendidos rádios comunicadores e coletes, armas de grosso calibre - 380, 40 e 45 -, carregadores e munições, além do dinheiro falso. O crime ocorreu por volta das 16h30 de sexta-feira (19) no estacionamento do Hospital Monte Sinai. Parte da ação foi registrada por câmeras de segurança e as imagens serão analisadas pela Policia Civil de Minas.

Investigação

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas, que aguarda o laudo da perícia do local e da necropsia do policial morto.

A corporação de São Paulo também abriu inquérito para apurar a conduta dos agentes lotados naquele Estado, que faziam "bico" trabalhando como segurança particular em uma empresa do ramo.

O Ministério Público de Minas também criou uma força-tarefa para acompanhar as investigações.

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