Depois de BO, funerária garante que não houve aumento significativo de atendimentos

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
23/03/2020 às 16:50.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:03
 (Reprodução Google Street View)

(Reprodução Google Street View)

O Grupo Zelo afirmou, na tarde desta segunda-feira (23), que todos os atendimentos de sua unidade funerária na Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte, estão dentro da normalidade. O pronunciamento acontece depois de se tornar público um boletim de ocorrência, registrado neste domingo (22), em que o gerente dessa unidade afirma que houve a chegada de um grande número de corpos nos últimos três dias com a causa de morte por insuficiência respiratória e pneumonia.

De acordo com o boletim de ocorrência, em 72 horas teriam sido registradas as chegadas de 23 corpos de pessoas que morreram de problemas respiratórios, mas não havia qualquer confirmação de que a Covid-19 seria a causa desses óbitos.

Segundo o Grupo Zelo, o número de atendimentos teve um aumento nos últimos dias, mas nada que possa ser considerado significativo, estando dentro da regularidade para essa época do ano. Disse ainda que, até o momento, a empresa não recebeu comunicação de nenhum caso de Covid-19 confirmado por parte dos hospitais (veja comunicado abaixo).

O porta-voz da Polícia Militar, major Flávio Santiago, confirmou na manhã desta segunda-feira (21) que é verdadeiro um boletim de ocorrência feito por militares do 5º Batalhão na funerária.

No boletim de ocorrência, o gerente da funerária afirma que os corpos vieram de diversas cidades, como Belo Horizonte, Contagem, Betim, Matozinhos e Sete Lagoas. No relato, há a informação de que um corpo de Betim teria a descrição, no laudo médico, de “vigência da pandemia Covid-19”. Para esse, havia a recomendação de que deveria ser levado diretamente para o sepultamento após o preparo funerário. 

Sobre esse caso, a Polícia Civil informou que, ao emitir a declaração de óbito, registra-se “causa indeterminada no momento – vigência da pandemia pelo Covid19”, caso não seja possível a determinação da causa da morte somente pelo exame externo.

Apuração

O major Santiago explicou que os militares apenas reportam o relato do gerente, procurado após uma denúncia de que muitos cadáveres estariam chegando até a funerária, mas não fazem juízo de valor sobre o relato. Diz ainda que o caso foi encaminhado à Polícia Civil.

Ele afirmou que as informações presentes no boletim de ocorrência estão sendo apuradas, mas pelo menos uma delas já se mostrou como inverídica. No documento, cita-se que um dos mortos teria vindo do Hospital da Polícia Militar. O major garante que não houve morte nessa instituição com as características descritas no boletim de ocorrência.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que a situação mencionada está sendo avaliada e acompanhando pelos órgãos competentes.” Vale ressaltar que não há, até o momento nenhum caso confirmado de óbito por Covid-19 no Estado de Minas Gerais. Tão logo as informações sejam apuradas adequadamente, daremos os devidos esclarecimentos”, afirmou a secretaria por nota.

A Secretaria Municipal de Saúde da capital  informou que está ciente do boletim de ocorrência e está apurando as informações. Lembra que o próprio documento fala em óbitos em várias outras cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A reportagem também entrou em contato com três cemitérios particulares e com a Fundação de Parques Municipais e verificou que não houve, até o momento, um aumento no número de enterros na capital mineira.

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