Depois de CTI e respirador, mulher enfrenta sequelas por conta da Covid-19

Luisana Gontijo
lgontijo@hojeemdia.com.br
19/01/2021 às 16:13.
Atualizado em 05/12/2021 às 03:57
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O risco de vida enfrentado pela empregada doméstica Reginalda da Silva Matozinhos, de 51 anos, que precisou ser entubada em uma UTI por Covid-19, foi causado por alguém que cruzou o caminho dela.

Reginalda afirma que, desde o começo da pandemia no país, em março de 2020, seguiu todos os protocolos recomendados pelas autoridades de saúde contra a contaminação pelo novo coronavírus.

Além de usar máscara corretamente, higienizar as mãos e manter o distanciamento social, ela revela que seus patrões passaram a pagar carros via aplicativos para que fizesse o trajeto entre sua casa (Oeste da capital) e o trabalho (em Contagem), a fim de que se mantivesse protegida do perigo enfrentado pela população no transporte coletivo.

Ela recorda que a pandemia estava relativamente no começo no país e muita gente não usava máscara, inclusive, alguns motoristas de aplicativo que a transportavam

Primeiros sintomas

Ainda assim, Reginalda, que se descobriu diabética há pouco mais de um ano, foi infectada e identificou os primeiros sintomas da Covid-19 em maio do ano passado. Ela recorda que a pandemia estava relativamente no começo no país e muita gente não usava máscara, inclusive, alguns motoristas de aplicativo que a transportavam.

Os primeiros sintomas foram rouquidão e um cheiro diferente nas narinas. Assim, procurou atendimento na UPA Oeste, bairro Jardim América, na capital, onde foi diagnosticada com sinusite. Com a piora do quadro, buscou socorro no Hospital Odilon Behrens, onde já verificaram que ela tinha baixa saturação de oxigênio.

“Acordei 15 dias depois, no CTI. Tinham tirado o anestésico há três dias e eu não voltava”, diz Reginalda, que admite ter tido medo de morrer

Respirador no CTI

O passo seguinte, relembra Reginalda, foi a transferência para o Hospital Eduardo de Menezes – referência no tratamento de Covid-19 em Belo Horizonte. “Acordei 15 dias depois, no CTI. Tinham tirado o anestésico há três dias e eu não voltava”, diz Reginalda, que admite ter tido medo de morrer.

“Perdi meu pai, de 72 anos, em julho, levado pela Covid-19. A amiga da minha filha, de 29 anos, morreu há dois meses, da mesma doença, tive medo de não sobreviver também”, confessa ela, revelando que seu patrões – idosos –, seu marido e o neto foram contaminados, mas com a forma mais leve.

Ela relembra que ficou com a imunidade muito baixa, teve coração, fígado e rins afetados. “A médica falou que, se eu entrasse na hemodiálise, não resistiria. Cheguei a tomar insulina no hospital, mas não estou tomando mais”, aponta Reginalda.

Depois de chegar tão perto da morte, Reginalda frisa que continua se cuidando com rigor contra o novo coronavírus. Usa máscara, higieniza as mãos e respeita o distanciamento social.

Sequelas e cansaço

Ainda assim, ela relata que ficou com sequelas respiratórias e precisa usar uma bombinha toda noite. “Isso vai ficar, sinto falta de ar, se subo escada, fico cansada, só de andar, me canso”, lamenta.

Depois de chegar tão perto da morte, Reginalda frisa que continua se cuidando com rigor contra o novo coronavírus. Continua usando máscara, higienizando as mãos e respeitando o distanciamento social.

“Quando venho de Uber trabalhar, de manhã, vejo pessoas caminhando sem máscara e fico triste de perceber que tem gente que não está nem aí. As portas dos bares estão cheias de gente batendo papo, sem máscara. É preciso se cuidar, gente. Essa doença é grave”, alerta Reginalda.

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