Desapropriações na Justiça adiam conclusão da obra da Via 710 para 2017 e moradores reclamam

Alessandra Mendes
amfranca@hojeemdia.com.br
17/11/2016 às 18:50.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:42

Pensada para aliviar o trânsito nas regiões Leste e Nordeste de Belo Horizonte, a Via 710, que vai ligar a avenida dos Andradas ao Minas Shopping, só deve ficar pronta em 2017. Moradores e motoristas esperavam a conclusão dos trabalhos para este ano, como chegou a ser anunciado pela prefeitura. O atraso gera insatisfação, sobretudo de quem reside nas imediações do canteiro de obras e sofre com problemas de mobilidade agravados pelas intervenções realizadas.

“As mudanças feitas nas ruas e avenidas não suportam o trânsito da região atualmente, os engarrafamentos são constantes, os retornos não são suficientes e a sinalização também é precária”, relata o policial militar Cláudio Pinheiro, de 39 anos, morador do bairro União, na região Nordeste.

Quem passa pela avenida José Cândido da Silveira diariamente também reclama. “A situação do trânsito fica mais difícil no horário de pico por causa das mudanças feitas. As intervenções são necessárias, mas estão demorando muito para ficar prontas. Esse é o problema”, afirma o analista de sistemas Alvimar Silva Rodrigues, de 38 anos.

Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, a conclusão dos trabalhos na Via 710, que terá cinco quilômetros de extensão, estava programada para o segundo semestre de 2016, mas o cronograma teve que ser reprogramado em função dos processos judiciais de desapropriação: das 201 previstas, 52 estão tramitando na Justiça. 

Em muitos casos não há consenso com relação ao valor da indenização do imóvel. A mãe de Cláudio Pinheiro, antiga moradora do bairro São Joaquim, ainda aguarda solução para o imbróglio financeiro. “O valor oferecido pela prefeitura estava bem abaixo do mercado e recorremos à Justiça. A perícia solicitada pelo juiz definiu um valor maior, mais ainda não recebemos todo o montante porque o caso ainda não foi encerrado”, conta o policial militar.

A obra, orçada em R$ 70, 9 milhões com recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), deve ser concluída no primeiro semestre de 2017. Também estão sendo investidos, pela Prefeitura de BH, aproximadamente R$150 milhões em remoções e desapropriações. 

Execução

Já foram finalizados os túneis-bala, as redes de drenagens do bairro Fernão Dias e várias redes de esgoto e de água pluvial. No momento, estão sendo executadas as contenções para a trincheira de intercessão entre a obra e a avenida José Candido da Silveira, terraplenagem, fundações do viaduto Bolívar e a terraplenagem do trecho compreendido entre a avenida Itaituba e rua Vespasiano.

O trânsito está temporariamente interrompido na pista da avenida José Cândido da Silveira, sentido Centro–bairro, no cruzamento com a rua Gustavo da Silveira.

Está interditado também no bairro Boa Vista, na rua Carlos Guedes, para execução da pista e redes de drenagem entre avenidas Elísio de Brito e Itaituba. Segundo a PBH, esse desvio no transito é necessário para a execução da trincheira e dos viadutos de intercessão entre a via e a José Cândido da Silveira.

  

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