Desativação de caixas eletrônicos prejudica a população de Minas

Pedro Rotterdan - Do Hoje em Dia
26/06/2012 às 12:04.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:06
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

Donos de postos de gasolina, drogarias e supermercados intensificam a retirada de caixas eletrônicos de seus estabelecimentos em função dos constantes ataques de criminosos. Com a onda de violência, comerciantes têm encerrado o contrato junto aos bancos, com medo de serem a próxima vítima. A iniciativa acaba por interferir na rotina de clientes e de moradores do entorno, que ficam sem o serviço.

Pior para quem mora em regiões com poucas agências bancárias e depende, nas horas de emergência, dos terminais “avulsos” para sacar dinheiro ou pagar uma conta. A rede de farmácia Leal, que tem lojas nos bairro Alípio de Melo e Carlos Prates, na capital, e no Ressaca, em Contagem, na região metropolitana, já pediu a retirada dos terminais das três lojas.

Vizinha à drogaria do Carlos Prates, a administradora de empresas Ana Cláudia Vasconcelos, de 37 anos, vai ter, agora, que se deslocar até a agência de seu banco na avenida Pedro II. “Tirar dinheiro ficou mais difícil. As autoridades não podem deixar os criminosos ganharem essa luta”, disse.

De janeiro até a última sexta-feira, 143 roubos a caixas eletrônicos foram registrados em Minas Gerais. O fim da oferta do serviço bancário no comércio começou na rede de supermercados BH. Em abril, 67 terminais, distribuídos por todo o estado, foram desativados.

O vendedor Luís Otávio Cunha, de 26 anos, trabalha em uma concessionária de carros na avenida Barão Homem de Melo, no bairro Estoril, na capital. Ao chegar em um posto de combustível para sacar dinheiro, ele foi surpreendido por um aviso que informava sobre a desativação do caixa.

“Chegamos ao ponto de perder um serviço indispensável por causa de ataques extremamente violentos. Por aqui, não tem a agência que eu preciso, e o caixa mais próximo está em um shopping no Buritis”, lamentou.

Em um outro posto de combustível, no bairro Dona Clara, na Pampulha, o que sobrou de um terminal do banco Bradesco está coberto por um plástico preto. Na semana passada, o local foi alvo de um ataque, e os criminosos quase explodiram um outro terminal da rede de Bancos 24 Horas, ao lado do sistema de gás natural veicular. O gerente do estabelecimento, Marco Antônio Oliveira, afirmou que a retirada dos terminais deve ser feita em dez dias. “Por sorte, não detonaram o outro equipamento. Poderiam destruir o quarteirão todo. Para manter a vizinhança segura, decidimos cancelar o serviço”, afirmou.

Órgãos de segurança do governo estadual, o Exército, a Polícia Federal e o Ministério Público traçam um diagnóstico detalhado sobre os ataques a caixas eletrônicos, em todo o estado, para o desenvolvimento de ações de combate.

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