Detalhes sobre grupo racista que atua nas redes serão acertados na segunda em BH

Cristina Barroca - Hoje em Dia
18/09/2014 às 12:30.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:15
 (Reprodução)

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O delegado Eduardo Freitas da Silva, responsável pelo caso de racismo sofrido por uma garota negra de Muriaé, na Zona da Mata mineira, estará em Belo Horizonte na segunda-feira (22). Segundo ele, a visita à Delegacia de Crimes Cibernéticos na capital é para acertar alguns detalhes técnicos referentes à identificação dos usuários que agrediram a jovem de 20 anos depois que ela postou uma foto com seu namorado branco no Facebook.

"Nós já mapeamos alguns perfis e falta levantar alguns detalhes finais apenas. A maioria está localizada na Região Metropolitana de São Paulo", revelou o delegado.

Eduardo da Silva contou ainda que entrou em contato com outras vítimas que toparam colaborar com as investigações e que elas serão acionadas assim que for preciso. "No momento certo", acrescentou.

A jovem foi à delegacia prestar queixa no dia 26 de agosto e o inquérito foi instaurado no dia seguinte. Em depoimento, a jovem alegou que não conhece nenhuma das pessoas que postou comentários racistas em sua página.

O namorado dela também foi ouvido e disse à polícia que tentou entrar em contato com os usuários que insultaram a sua namorada na rede social. “Ele pediu para que as pessoas não falassem mais aquelas coisas. Mas, como a foto postada estava aberta a todos os usuários do Facebook, pessoas de todo o Estado tiveram acesso ao perfil dela e ele não teve êxito. Já identificamos até uma outra página do Facebook que usa a foto da vítima. Essa página foi criada apenas para insultá-la”, afirmou.

Relembre o caso
 
A jovem negra foi vítima de racismo no Facebook após postar uma foto com o namorado branco de 18 anos. Um dos perfis que teria insultado a jovem pela rede social, possivelmente fake, o "Capivara Vuadora", postou comentários como: "Onde comprou essa escrava?", que chegou a ter quase 30 curtidas; "Me vende ela" e "Café com leite".

A menina ainda foi alvo de outras mensagens preconceituosas como "Tipo assim.. eu acho que você roubou o branco pra tirar foto", "Um branco e uma negona", "Se 'meche' vira nescau" e "Parece até que estão na senzala".
 
O caso ganhou repercussão por meio de um perfil intitulado "Pretinho do Poder", que publicou um "print screen" da imagem e os comentários racistas pedindo por justiça. A publicação teve mais de 19 mil compartilhamentos e quase 150 mil curtidas, além de milhares de mensagens de apoio ao casal.

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