(Amadeu Barbosa)
O boato de que haveria mudança nas regras de visitação do Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Betim, na Grande BH, provocou confusão entre os detentos que colocaram fogo em colchões e se recusaram a voltar para as celas, após o banho de sol. A unidade possui cerca de mil presos.
O tumulto ocorreu por volta das 11h40 desta segunda-feira (4) na unidade enquanto alguns detentos estavam em um pavilhão tomando banho de sol. O Comando de Operações Especiais (Cope) precisou intervir na unidade para controlar os detentos. O helicóptero da Rede Record flagrou grande quantidade de fumaça saindo do Ceresp Betim. Detentos que estavam na ala C, em suas celas, colocaram fogo em colchões, que foi controlado por agentes penitenciários.
Apesar disso, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, por meio da Subsecretaria de Administração Prisional, a administração conversou com os detentos e conseguiu reverter a situação. A Seds desmentiu que estejam sendo planejadas alterações nas regras de visitação e informou que as normas vigentes para visitação são entregues aos familiares dos detentos no momento da visitação. O boato que chegou até os presos seria o de que as crianças não poderiam mais fazer visitas. Preocupados com a possibilidade de não verem seus filhos, eles protestaram.
Em nota, a Seds esclareceu, no final da tarde, que não houve situação de rebelião no Ceresp Betim e que os familiares dos detentos podem ficar tranquilos quanto à segurança do local e integridade física dos presos. O Cope já estava do lado de fora da unidade, aguardando ordens para transferência programada de 65 presos para o Presídio II de São Joaquim de Bicas. Durante a saída dos detentos transferidos da unidade, familiares – que possivelmente ligaram a transferência com o ato de desordem ocorrido mais cedo – tentaram impedir a saída dos veículos e começaram a jogar pedra nos carros do Cope.
Ainda de acordo com a nota, "por questões de segurança e para manter a ordem, os agentes do Cope utilizaram armamento menos letal. Esta munição foi atirada para o chão e solta um cheiro forte de pimenta. Todos os excessos de comportamento de agentes serão apurados e podem ser denunciados para a Ouvidoria do Sistema Prisional no telefone 0800-2839191". (Atualizada às 19h19)