Diagnóstico durante Outubro Rosa ajudou mulheres a vencer o câncer de mama

Lucas Eduardo Soares
11/10/2019 às 20:32.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:11
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Era outubro – rosa – de 2017 quando a cabeleireira Gislene Ponciano, à época com 40 anos, foi acompanhar a tia em uma ação de prevenção ao câncer de mama em Sabará, na Grande BH. Lá, insistiu para também ser atendida e descobriu que estava com a doença. O diagnóstico precoce permitiu um tratamento eficaz. 

Histórias como a dela mostram que a campanha salva vidas em meio aos elevados números da doença. Só neste ano, a cada dia, seis mineiras receberam o resultado positivo para o câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Dona de um salão no General Carneiro, Gislene precisou se afastar do trabalho para se entregar, de corpo e alma, ao tratamento. Foi submetida a uma cirurgia e seguiu, à risca, as sessões de quimio e radioterapia. “Na primeira, meu cabelo caiu. Logo eu, que vivo da beleza, precisei ter forças para vencer essa difícil fase que é a da mudança na aparência”, lembra, segurando as lágrimas.

1,8 mil casos de câncer de mama foram diagnosticados em Minas neste ano, segundo a Secretaria de Estado de Saúde

Neste outubro, dois anos após passar a encarar a vida com outros olhos, enfeitou o salão com as cores da campanha. Flores, laços e até mesmo o uniforme. “Sempre fui engajada, mesmo antes de ter a doença. Dizia para as clientes fazerem o autoexame”, relembra. 

A vivência e, sobretudo, a superação “prepararam” Gislene para integrar o grupo “Pérolas de Minas”, que tem o intuito de auxiliar e difundir informações sobre o câncer de mama.

"O câncer de mama é o segundo, no Brasil, que mais atinge as mulheres. No entanto, é o primeiro em óbitos. Se diagnosticado precocemente, existe a cura. Por isso, o Outubro Rosa, uma campanha adotada por países do mundo inteiro, é importante, embora devêssemos falar mais ao longo dos meses. Ao descobrir no começo, o tratamento é menos “mutilante” e mais curativo. Dessa maneira, a recomendação que faço é que procurem, anualmente, mastologistas com o intuito de exames periódicos. Além, é claro, de terem uma vida saudável, sem fumar, mantendo uma boa alimentação, fazendo exercícios físicos. É importante manter o cuidado" (Cláudia Márcia e Silva, coordenadora do setor de Mastologista do Hospital da Baleia)

No coletivo, casos como o dela são comuns. Selma Anísia, de 52 anos, diz que havia feito uma mamografia em março de 2013. Mas não deu continuidade à investigação. Segundo ela, não houve auxílio na unidade de saúde onde foi atendida. “Mandaram marcar para outubro daquele ano, porque, como havia a campanha, os resultados sairiam mais rápido”, conta a técnica de farmácia. 

Ao voltar, levou o resultado do exame anterior, ainda sem avaliação. Com os documentos, o médico pôde comprovar que havia tido um aumento significativo das microcalcificações na mama. Após a biópsia, veio a constatação de um tumor maligno. “Foi um choque. Minha família não soube no começo e evitei falar. Até a época em que precisei fazer uma mastectomia”. Com o tumor retirado, Selma faz agora acompanhamentos periódicos. “Fui salva”.

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