Dinheiro não cobre tudo que a água da chuva levou

Izabela Ventura - Do Hoje em Dia
16/07/2012 às 07:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:35
 (Toninho Almada)

(Toninho Almada)

Pessoas atingidas pelas inundações do último período chuvoso começam a receber, nesta segunda-feira (16), auxílio financeiro da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Os recursos somam R$ 1,7 milhão - as famílias beneficiadas são 1.126. No entanto, conforme revelaram ao Hoje em Dia alguns dos beneficiados, os valores, de R$ 500, R$ 1 mil ou R$ 2 mil, não são suficientes para recompor tudo o que a água levou de suas vidas.
 
Ao entrar na casa de Maria Aparecida Lucas, de 50 anos, ela logo oferece um cafezinho. E brinca: “Ele não foi feito com água de chuva!”. Mas a ironia esconde a tristeza por, sete meses depois da enxurrada, ver o entulho dos móveis estragados e ter de buscar forças para arrumar a casa.
 
A dona de casa, moradora da rua Paulo Ozório, no bairro Primeiro de Maio, Zona Norte de BH, vai receber o auxílio da PBH, mas sabe que o valor não cobre os gastos com móveis, geladeira, cimento e pisos novos. “Não tenho coragem de pedir mais dinheiro. Antes pingar do que secar”, diz.
 
No mesmo bairro, o comerciante Valmir Antônio da Silva, de 43 anos, reclama que não vai receber o auxílio para repor as mercadorias e o freezer que perdeu. O irmão dele, Robson Antônio, de 48 anos, que também tem comércio, teve prejuízo de R$ 1 mil. “Disseram que iam nos dar desconto no IPTU, mas já somos isentos. Ficou por isso mesmo”, relata Valmir.
 
Ajuda é insuficiente
 
A sobrinha deles, Cristiana Aparecida de Paula, receberá o auxílio da PBH pela família. “A ajuda é insuficiente. A casa precisa de uma reforma completa, porque a água abalou a estrutura inteira”, diz.
 
O soldador Wagner Mateus de Almeida também aguarda pelo dinheiro. Mas a verba não será gasta para comprar os materiais de trabalho, os móveis e os instrumentos de percussão que perdeu na última inundação. “Vou é colocar na poupança para comprar um lote bem longe daqui”, revela. Enquanto isso não acontece, ele aprendeu a adotar estratégias para se precaver de prejuízos maiores. “A TV, por exemplo, agora fica no alto da parede”, conta.
 
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