A distribuição dos talões do estacionamento rotativo deve durar só mais 90 dias na capital mineira, segundo a BHTrans. A expectativa é a de que o Faixa Azul seja substituído pelo modelo digital. No entanto, a maioria dos motoristas e dos pontos de venda ainda não aderiu ao sistema de crédito eletrônico.

Ontem, no terceiro dia de implantação da plataforma, a equipe do Hoje em Dia percorreu a região central da cidade. Nenhum motorista abordado havia feito o download, no smartphone, do aplicativo que permite estacionar nas ruas da capital. Bancas visitadas também não estavam oferecendo o serviço.

Dentre os vendedores, o novo sistema divide opiniões. Dono de uma banca próxima a um shopping, Rafles Siqueira, de 38 anos, teme pela queda no faturamento. Segundo ele, atualmente 60 folhas do Faixa Azul são vendidas por dia.

“Aqui a rotatividade é enorme, já que só é permitido uma hora de estacionamento na rua. Imagino que depois passe a vender só para quem é de fora, está sem celular ou não sabe como usar. Fora isso, todos vão utilizar o digital sozinhos”, conta Siqueira.

Outros comerciantes, no entanto, são mais otimistas. “O rotativo atual tem muita burocracia. O eletrônico é mais moderno, prático. Parece que o nosso lucro também será maior. Por isso, logo quando fiquei sabendo da novidade, decidi me inscrever para ser ponto de venda”, diz Ednaldo Marcos, de 41 anos, que há duas décadas tem uma banca na região.

No papel

A popularidade da tecnologia continua baixa entre os motoristas. A maioria permanece utilizando o mo[/TEXTO]delo de papel. A reportagem encontrou o Faixa Azul em praticamente todos os carros estacionados nas vias públicas que obrigam o uso do rotativo.

Confusa em relação à fiscalização, a representante comercial Lorraine Gomes, de 28 anos, quase parou o carro no Centro sem colocar o Faixa Azul, mas foi alertada por um flanelinha. “Como não ia dar tempo de baixar, acabei comprando na banca. Mas em casa vou instalar o aplicativo. Acredito que será muito prático”.

Segundo a Guarda Municipal, a fiscalização está sendo feita normalmente. A BHTrans disse que os talões do rotativo poderão ser utilizados até o prazo de validade, que termina em 2019. 

A empresa avalia a troca do papel por créditos eletrônicos para quem tem vários talões guardados. Mas não há definição de quando e como isso poderia ocorrer. Sobre a falta do digital nos pontos de venda, foi informado que as operações “começam quando as empresas que desenvolvem os aplicativos fecharem contrato com os comerciantes”. Não há expectativa de prazo para que isso ocorra.

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