(Lucas Prates/Hoje em Dia)
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) parece ter dado o pontapé inicial para a tão aguardada revitalização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. O superintendente do órgão federal em Minas, Evandro Fonseca, disse a deputados da Assembleia Legislativa que foi concluído um anteprojeto prevendo pelo menos 24 grandes intervenções na rodovia, com investimento de R$ 3 bilhões.
A informação é do deputado estadual João Vitor Xavier (PSDB). No entanto, segundo ele, não estão assegurados os recursos para as obras, que prometem mais fluidez e segurança aos motoristas. Também não há previsão de quando as intervenções serão iniciadas.
João Vítor e outros deputados mineiros participaram de uma reunião com o superintendente do Dnit. “Ele (Evandro Fonseca) nos garantiu que o projeto foi finalizado”, disse. Na quarta-feira, o parlamentar foi a Brasília para nova reunião, desta vez com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que afirmou ainda não ter informações sobre o projeto.
“Nossa preocupação é com o dinheiro para executar as obras. Sabemos que o momento é complicado para investimentos, mas os políticos mineiros e o governador (Fernando Pimentel) precisam se unir para lutar por elas. Nosso papel é mostrar que agora existe um projeto”, disse João Vítor.
CONFIDENCIAL
A novela, porém, parece está longe de um desfecho. O Hoje em Dia solicitou ao Dnit uma entrevista com o superintende em Minas, mas a assessoria de imprensa só se pronunciou por meio de nota: negou que o anteprojeto do Anel esteja finalizado.
Segundo a assessoria, detalhes sobre ele não podem ser informados, pois foi firmado um Termo de Confidencialidade com o Governo do Estado.
O que existe, de acordo com o Dnit, é um “plano funcional” da obra, que poderia ter sido entregue até 6 de novembro, mas foi antecipado. O material será detalhado para se tornar o anteprojeto. A previsão é que isso aconteça apenas em julho de 2016.
Enquanto o imbróglio não é resolvido, condutores continuam se arriscando no Anel. Segundo a Polícia Militar Rodoviária, desde 2013, pelo menos 88 pessoas perderam a vida em acidentes na rodovia.
Professor de engenharia de transporte e trânsito da Universidade Fumec, Márcio Aguiar diz que o Anel Rodoviário foi planejado para ser uma via rápida da periferia de BH. Porém, ao longo dos anos, houve um aumento significativo do fluxo de veículos e poucas melhorias foram feitas na via.
“O Anel é hoje um dos principais corredores viários da capital. Falta transparência e seriedade na condução do processo de revitalização. Uma solução seria privatizar a via”, diz o engenheiro de transporte.