Dormir é um santo remédio: médicos apontam sono de qualidade como aliado da boa saúde e imunidade

Luisana Gontijo
lgontijo@hojeemdia.com.br
03/04/2020 às 20:32.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:11
 (Editoria de Arte do Hoje em Dia)

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Ter uma boa noite de sono, daquelas que nos permitem acordar descansados, prontos para encarar as atividades e os desafios do dia, é fundamental para preservar a saúde e manter a imunidade em alta. Os médicos especialistas que atestam isso afirmam: em tempos de pandemia de Covid-19, é comum sentir ansiedade e ter algumas noites ruins de sono, mas é importante procurar mudar esse quadro.

O sono é fundamental para o bom funcionamento do nosso organismo, frisa a neurologista da Santa Casa de Belo Horizonte Cintia Hatasa. “Ele está associado ao armazenamento das nossas memórias, à eliminação de substâncias tóxicas cerebrais, à liberação de hormônios, à regeneração celular e à economia de energia”, destaca a médica.

No que diz respeito à imunidade, o geriatra Jáder Freitas pondera que é consenso na ciência a existência de associação entre rotina de sono saudável e bom funcionamento do sistema imunológico. Além disso, conta o médico, a insônia é associada a outros problemas, como diabetes, hipertensão, obesidade, AVC e depressão. 

Quem têm privação de sono, detalha Cintia Hatasa, pode apresentar redução da produção de células de defesa. “E o excesso de cortisol, hormônio liberado em períodos de estresse e insônia, pode levar à diminuição da atividade dessas células de defesa”.

A falta de sono, explica a neurologista, tem causas diferentes. Quando se fala em insônia, diz, é preciso classificá-la em primária ou secundária. Nas insônias primárias, esclarece, há uma alteração própria do sono, como, por exemplo, uma variação da secreção da melatonina, hormônio indutor do sono, levando a distúrbios que provocam despertadores frequentes (terror noturno, paralisia do sono, sonambulismo).

Já no caso das insônias secundárias, muito mais comuns, ilustra a neurologista, as causas que interferem no sono são outras, como ansiedade, depressão, trabalho em turnos alternados, trabalho noturno, e doenças como as cardíacas e as respiratórias, que impedem que a pessoa se deite de maneira confortável. 

Em se tratando da ansiedade, neste momento em que um grande número de pessoas está em isolamento social, medida necessária ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, a psiquiatra Cláudia Maciel pondera que sintomas de ansiedade leve são normais. Ela alerta que, de maneira geral, entre os maiores estressores estão a não informação, o não controle e a não predição dos eventos que virão. “Exatamente o que estamos vivendo agora”. 

“Um lugar seguro, uma rede social de amigos, parentes e autoestima ajudam muito a superar esta crise. Excesso de informações, especialmente fake news, aumenta o estresse”, reforça Cláudia Maciel.

O que o geriatra Jáder Freitas aconselha é que as pessoas estabeleçam uma nova rotina, como se a vida de agora em diante fosse ser assim (o que é verdade pelos próximos meses). Ter um horário para fazer exercícios físicos, arrumar a casa, ouvir músicas, assistir a filmes, ler livros, estudar, fazer trabalhos manuais e ligar para os familiares é importante, segundo ele. 

“Tenho indicado às pessoas que pensem: ‘qual atividade sempre gostei de fazer, mas abandonei há algum tempo devido às circunstâncias da vida?’ Será que é possível voltar a fazê-la?”, prescreve o médico.

Horas necessárias
Com o envelhecimento, diz a neurologista Cintia Hadasa, há uma tendência de diminuição do número de horas de sono. Mas isso varia também entre pessoas da mesma idade, segundo ela. Cada indivíduo tem uma necessidade individual, mas, recomenda-se pelo menos seis horas diárias de sono, para uma vida saudável
 

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