Dupla é presa se passando por delegados para vender falsos anúncios de jornal em Minas

Thais Oliveira - Hoje em Dia
18/07/2014 às 17:55.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:26

Dois homens foram presos em flagrante nesta sexta-feira (18) por suspeita de estelionato, em Belo Horizonte, pela Polícia Civil (PC). Wbiran Gonçalves de Aguilar, de 47 anos, conhecido como Bira, e Jeferson Ventura Lopes, de 49, são acusados de vender falsos anúncios para um suposto jornal a comerciantes da capital e do interior de Minas. Durante as abordagens às vítimas, a dupla se passava por delegados da Polícia Civil (PC). As investigações estão sendo conduzidas pelos delegados Samuel Neri e Henrique Canedo, da 3ª e 1ª Delegacia Sul de Belo Horizonte, respectivamente.     Segundo o delegado Samuel Neri, Bira e Lopes vendiam anúncios para o jornal “Alerta Policial”. Em alguns casos do interior do Estado, eles também ofereciam, em contrapartida, proteção policial aos comerciantes e se apresentavam como coronéis da Polícia Militar. O delegado acredita que Bira é o líder do esquema e Lopes atuava como uma espécie de corretor do jornal, ficando responsável pela parte de captar os “clientes”.    Os suspeitos alegaram à polícia que o jornal tinha registro e indicaram o endereço da suposta editora da publicação. A PC foi até o local indicado e constatou que o jornal de fato existia, mas há pelo menos quatro meses nenhuma edição havia sido publicada e a editora não funcionava há mais de dois anos. “Apenas alguns jornais eram impressos para mostrar às vítimas. Quando um jornal começava a levantar suspeitas, eles criavam outro. Temos uma informação de que os dois possam ter aplicado o mesmo golpe usando um jornal chamado de 'Repórter do Trânsito'”, afirmou Neri.   O delegado explicou que a Polícia Civil chegou até os suspeitos após uma denúncia feita por um comerciante da região Centro-Sul de Belo Horizonte. Após contato com a PC, o comerciante marcou um encontro com os golpistas fingindo ter aceitado o acordo de comprar um anúncio no jornal por R$ 500. Dois motoboys foram pegar o envelope com o dinheiro, mas, após levar os policiais até o endereço da residência dos suspeitos, foram liberados. “Eles já tinham um histórico que comprova que trabalhavam como motoboys para outras empresas. E, aparentemente, tinham ido apenas prestar mais um serviço. Porém, eles serão investigados”, explicou Neri.    Neri explicou que a maioria das abordagens da dupla era feita por telefone, o que facilitava aplicar o golpe também no interior. Em Belo Horizonte, a maior parte das vítimas possui comércio na região Centro-Sul. As publicidades eram vendidas com valores entre R$ 300 e R$ 1.000. “Os valores não eram tão altos para não levantar suspeitas, pois eles alegavam que os recursos iriam contribuir para o desenvolvimento do trabalho da polícia”, disse Neri.    Até o momento, as investigações apontam que os golpes vêm sendo aplicados desde 2010. Dois inquéritos já foram abertos pela PC para investigar o caso, mas já existem suspeitas de que outros nove golpes teriam sido cometidos por eles. “Com a divulgação do caso, acreditamos que muitos outros ainda vão chegar ao nosso conhecimento”, afirmou o delegado.   Bira foi preso nesta sexta-feira (18) em casa, na cidade de Santa Luzia, região Metropolitana de Belo Horizonte, e Lopes na residência que possui, no Centro de Belo Horizonte. Além de estelionato, a dupla será acusada de formação de quadrilha, pois a polícia suspeita que mais pessoas façam parte do esquema, e pode pegar até 10 anos de prisão.

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