Dupla anunciava aplicação de silicone industrial em grupo chamado 'Filhas do bumbum'

Cinthya Oliveira
20/12/2019 às 15:34.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:06
 (Polícia Civil/Divulgação)

(Polícia Civil/Divulgação)

Uma esteticista de 41 anos e uma empresária de 34 foram presas em flagrante, pela Polícia Civil (PC), no momento em realizavam aplicação de silicone industrial nos glúteos de uma cliente. O procedimento irregular estava sendo realizado dentro de um salão de beleza em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A prisão aconteceu no dia 6 de dezembro, mas o caso só foi divulgado à imprensa nesta sexta-feira (20).

Segundo a instituição policial, a divulgação do procedimento clandestino era feita em um grupo do WhatsApp chamado “Filhas do bumbum” pela empresária, enquanto a parceira colocava em prática as aplicações. A esteticista mora no Rio de Janeiro e vinha a Contagem uma vez por mês para realizar os atendimentos. Cada aplicação saía por R$ 4.000 e a empresária ficava com 10% do valor.

“O produto vinha em embalagens com rótulos de uma substância conhecida como hidrogel, que tem o registro suspenso desde 2014 pela Anvisa. No entanto, em exames no Instituto de Criminalística, foi comprovado que se tratava de silicone industrial”, disse o Delegado Rodrigo Bustamante, Chefe do 2º Departamento de Polícia Civil Regional em Contagem. No salão de beleza foram apreendidos material cirúrgicos, seringas, ampolas, anestésicos e diversos antibióticos.

Material é usado para limpeza de carros e peças de avião

De acordo com o Ministério da Saúde, o silicone industrial não deve nunca ser utilizado no corpo humano e tem como finalidade a limpeza de carros e peças de avião, impermeabilização de azulejos, vedação de vidros, entre outras utilidades. O desvio de sua correta utilização, servindo como material para cirurgia plástica, é considerado crime e pode causar sérios riscos à saúde.

Para aplicações estéticas, o silicone original precisa ser aprovado pela Anvisa e deve ser manipulado por pessoas especializadas, habilitadas, e em hospitais com a estrutura necessária para atender o paciente da forma mais segura possível.

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