Duplicação de rodovias não barra acidentes

Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia
20/08/2012 às 06:33.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:35
 (Arquivo/Hoje em Dia)

(Arquivo/Hoje em Dia)

Ninguém tem dúvidas de que a duplicação das rodovias mineiras, esperada durante décadas, é necessária. As divergências surgem quando o questionamento é se a medida pode ser vista como solução para conter a violência nas estradas que cortam Minas Gerais. Estudiosos afirmam que as obras são importantes, mas não vão suprir a demanda por segurança nas vias, como mostra um exemplo no próprio Estado. Dados referentes ao trecho duplicado da BR-381, conhecido como Fernão Dias, que liga BH a São Paulo, mostram que o número de acidentes e vítimas continua crescendo.   O aumento da frota influencia nesse cenário, mas a resposta está no investimento em apenas um dos três pilares que proporciona o equilíbrio no trânsito.  “A engenharia, a fiscalização e a educação são áreas que devem ser vistas de forma conjunta. O investimento isolado em uma delas, como é o caso da duplicação, que contempla apenas a engenharia, não surte o efeito esperado”, explica o mestre em engenharia de transportes e assessor da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Paulo Rogério Monteiro.   Mais frequentes   Se nas rodovias de pistas simples há maior ocorrência de acidentes graves, nas duplicadas as batidas são menos letais, mas a quantidade aumenta. “A duplicação elimina um tipo de acidente e cria outro. São saídas de pista e colisões na mureta”, diz Monteiro.  Radar como importante instrumento de fiscalização. Para conter as tragédias provocadas pela alta velocidade nas rodovias duplicadas, o radar é visto como um importante instrumento. “Eles devem ser instalados em locais estratégicos, como antes de curvas perigosas e perto de perímetros urbanos”, alega Aguiar.   A ausência desses equipamentos, na avaliação do especialista, é uma das explicações para o aumento dos registros de acidentes na Fernão Dias. Quando a rodovia passou a ser administrada pela iniciativa privada, em 2008, foi prevista a instalação de pelo menos 40 radares. Nenhum foi colocado. A concessionária Auto Pista Fernão Dias, responsável pelo trecho que liga BH a São Paulo, não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento dessa edição. Em 2007, dois anos após o término da duplicação da Fernão Dias, foram registrados 4.007 acidentes com 145 mortes. No ano passado, o número saltou para 7.313 ocorrências, um aumento de 82,5%. Foram contabilizadas 151 mortes.   “Quando você duplica uma rodovia, automaticamente a velocidade da mesma cresce e é preciso criar mecanismos para evitar os acidentes que tendem a aumentar”, afirma o especialista em engenharia de transportes da Fumec, Márcio Aguiar. 
     
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