Cerca de 20 alunos ocupam a Escola Estadual Ricardo de Souza Cruz, no bairro Nova Esperança, na região Noroeste de Belo Horizonte. A manifestação começou após o deputado estadual, Cabo Júlio, anunciar que a unidade escolar seria fechada para construção de uma nova estrutura do Colégio Tiradentes sem avisar os alunos da instituição.

Segundo o ex-diretor de gremias da Ubes de Minas, Clauderson da Silva dos Santos, um dos idealizadores da manifestação, o movimento começou após o anúncio do deputado. Conforme Clauderson, os alunos não são contra a construção de um novo colégio no bairro, desde que eles não acabem com a escola que, segundo ele, é a única unidade próxima da comunidade. Para ele, é tirar uma educação de pessoas que precisam um pouco mais do ensino para implantar um colégio cujo o custo não é acessível para crianças da região.

Segundo a presidente da União Colegial de Minas Gerais (UCMG), Késsia Cristina Teixeira, " É previsto no artigo 54 do estatuto da criança e do adolescente- lei n° 8.069 do ECA e na lei 11.7000, que toda criança e adolescente tem o direito a vaga na escola pública que seja perto de sua casa".

Na escola, hoje, há cerca de 400 alunos matriculados. Os manifestante prometeram sair da instituição somente quando tiver um documento escrito pelas autoridades.

OUTRO LADO

A Secretaria de Estado de Educação (SEE) esclarece que a escola não será fechada e continuará atendendo os estudantes matriculados na unidade no mesmo prédio, localizado no bairro Nova Esperança. A SEE confirma que está estudando a possibilidade de coabitação no espaço da escola com uma unidade do Colégio Tiradentes da Polícia Militar. Dessa forma, o funcionamento da Escola Estadual Professor Ricardo de Souza Cruz ficaria concentrado nos turnos da manhã e da noite, atendendo as séries iniciais do ensino fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), e as dependências do prédio passariam a ser utilizadas no turno da tarde pelo Colégio Tiradentes. De acordo com a Secretaria, representantes já se reuniram com a direção da escola e lideranças comunitárias para conversarem sobre essa questão e afirma que "manterá o diálogo com todas as partes envolvidas, até que se chegue a um consenso que atenda aos interesses da comunidade escolar e da PM".

Em relação à infraestrutura do prédio, a secretaria diz que duas obras estão em andamento no local, com recursos que totalizam R$ 240 mil e que foram liberados em 30 de junho de 2015. "Dentre as intervenções estão obras de acessibilidade, com a reforma de rampas e instalação de banheiros para pessoas com deficiência, e também uma reforma geral que inclui pavimentação de pátios, revisão do telhado, rede de esgoto, dentre outros", explica.

Sobre a ocupação dos estudantes na unidade, que acontece de forma pacífica, a Secretaria informa que "está acompanhando a movimentação e está aberta ao diálogo para esclarecer os questionamentos diante das reivindicações da comunidade escolar". Em 2015, a escola contava com cerca de 380 alunos matriculados.

Leia o comunicado do deputado:

O Deputado Estadual Cabo Julio, Vice-líder do Governo, anunciou hoje (23/12) uma nova unidade do Colégio Tiradentes em Belo Horizonte. A nova unidade funcionará no bairro Caiçara e disponibilizará aproximadamente mais 400 novas vagas na capital.

A nova unidade funcionará no prédio da Escola Estadual Ricardo Souza Cruz, que passará a ser o CTPM – Unidade Caiçara.

No primeiro ano, em razão de já haverem sido feito matriculas de alunos da região, a gestão será compartilhada, e no ano seguinte a gestão será 100% CTPM.

Na semana passada eu disse na solenidade em Montes Claros pessoalmente ao Governador Fernando Pimentel que as unidades atuais do CTPM em Belo Horizonte não comportam a demanda e que era preciso aumentar o numero de vagas para os filhos de militares. Ele me perguntou qual solução poderia ser dada ainda este ano. A unidade caiçara foi a solução para atender, já em fevereiro os filhos dos militares.

Essa negociação estava emperrada a anos na Secretaria Estadual de Educação e após meu pedido pessoal ao Governo a solução foi dada em uma semana.

Meu agradecimento a todos que participaram desta conquista: A DEAS, a Secretaria Estadual de Educação, a Secretaria de Governo, ao Comando da Polícia Militar e em especial ao Governador Fernando Pimentel que determinou que a solução fosse dada imediatamente.

A assinatura do termo será nos próximos dias e já em fevereiro os novos alunos filhos de militares iniciam as aulas.

Novas unidades no interior estão em estudo.

Parabéns a todos e um Feliz Natal

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