De Ibirité para o mundo: alunos de baixa renda fazem 'vaquinha' para realizar sonho de estudar fora

Vivian Chagas (*)
@vivisccp
10/12/2020 às 15:47.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:16
 (Reprodução/Arquivo Pessoal)

(Reprodução/Arquivo Pessoal)

Cinco estudantes de baixa renda da escola pública Sandoval Soares de Azevedo, que pertence à Fundação Helena Antipoff, em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão prestes a fazer intercâmbio na Itália, graças à conquista de uma bolsa de estudos após processo seletivo. Mas, para isso, precisam correr atrás de um financiamento coletivo para arrecadar recursos e concretizar o sonho de estudar no exterior.

Emilly Ramos, Julia Marques, Luiz Henrique Alves, Giovanna Martins e Khadija Khaled conseguiram o benefício através de um projeto da Fundação Helena Antipoff em parceria com  o AFS – a mais antiga organização de intercâmbio do mundo. É a segunda vez que a fundação consegue que jovens da escola estudem no exterior. Desta vez, por causa da pandemia, não foi possível promover ações de arrecadação de recursos.

"Ganhar essa bolsa de estudos é a realização do meu maior sonho, que é fazer um intercâmbio. As minhas maiores preocupações são como me manter lá fora financeiramente, devido a esse cenário que estamos vivendo, e o aumento do euro", diz Emilly Ramos.

Como ajudar

As pessoas que quiserem contribuir para realizar o sonho dos cinco estudantes podem acessar o link https://evoe.cc/projeto-cidadao-global e doar qualquer valor até 15 de dezembro deste ano. A cada R$ 25,00 doados, o apoiador ganha uma máscara face shield.

Os jovens ainda fazem questão de entregar pessoalmente as mesmas (obedecendo às medidas de prevenção à Covid 19), como forma de falar sobre o projeto e também divulgá-lo.

A meta é arrecadar R$ 50 mil para os cinco estudantes. “A nossa ideia é que cada um tenha cerca de US$ 100 por mês para custear as despesas diversas que fazem parte do dia a dia dos estudantes, como passagens de ônibus, lanches na escola etc”, diz Carlyle dos Passos Laia, diretor de Planejamento, Gestão e Finanças da Fundação Helena Antipoff.

Até o momento, o valor alcançado foi de R$ 26.273. "Estou muito feliz com o resultado da vaquinha, ainda não alcançamos 100% da meta, mas estamos mais próximos a cada dia, e com a visibilidade que nosso projeto está ganhando. Ver as pessoas apoiando e se indetificando foi muito mais que um apoio financeiro, foi uma motivação para continuar, acredito que estamos no caminho certo", finaliza Emilly Ramos.Reprodução/Arquivo Pessoal 

Da esquerda para a direita: Júlia Marques, Emilly Ramos, Luiz Henrique, Khadija Khaled e Giovanna Carolina

Expectativa 

A expectativa para o intercâmbio está grande entre os estudantes, como conta Luiz Henrique Alves: "Estou esperando muito dessa experiência, é uma oportunidade única. Sendo de escola pública não esperava ter essa oportunidade, ainda mais ir para a Itália. Vou fazer de tudo para voltar com muita bagagem de conhecimento e fazer o melhor pela sociedade", conta.

As bolsas de intercâmbio incluem os estudos de um ano letivo em instituição de ensino no exterior, estadia em casa de família, passagens aéreas , seguro médico e apoio 24 horas de conselheiros e orientadores da AFS local (ONG responsável pela realização do intercâmbio) . Entretanto, os alunos selecionados precisam arcar com as despesas pessoais durante esse período, assim como gastos com vistos, passaportes ,entre outros. A saída encontrada foi um financiamento coletivo para ajudá-los com aporte de seus custos pessoais.

(*) Estagiária, sob supervisão de Cássia Eponine

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