Elevadores de Belo Horizonte estão em queda na inspeção regular

Patrícia Santos Dumont - Do Hoje em Dia
22/01/2013 às 06:40.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:51
 (Renato Cobucci/Hoje em Dia)

(Renato Cobucci/Hoje em Dia)

O estado de conservação de praticamente nove em cada dez elevadores de Belo Horizonte é ignorado pelas autoridades. Apenas 13% dos equipamentos foram inspecionados no ano passado pelos órgãos competentes. O percentual corresponde a 1.562 das 12 mil máquinas registradas na cidade.

O problema vai além do baixo número de vistorias. Das 362 feitas por técnicos da prefeitura, mais da metade – 195 – apontou algum tipo de irregularidade.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) inspecionou outros 1.200, mas não informou as inadequações encontradas.

Cabe à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) instituir o prazo para manutenções preventivas e laudos técnicos, mas a entidade não prevê uma frequência para que as vistorias aconteçam.

Durante elas, os fiscais verificam o livro de registro onde, por lei, deve estar a ART (anotação de responsabilidade técnica) da empresa que faz a conservação do equipamento, registros de manutenções e laudos.

“Pela legislação, os condomínios são obrigados a contratar uma firma habilitada”, diz o consultor em transporte vertical Ronaldo Bandeira.

As visitas preventivas devem ser mensais e os laudos técnicos, anuais.

A secretária Municipal Adjunta de Fiscalização, Míriam Leite Barreto, afirma que a prioridade é para elevadores de prédios não residenciais com grande fluxo de usuários.

“A vistoria fiscal é apenas uma análise documental, não há intervenção direta no equipamento”, diz. Segundo ela, a intenção é a de que o órgão vistorie os documentos de todos os edifícios da cidade em 2013.

A supervisora de fiscalização do Crea-MG, Patrícia Monteiro dos Santos, alega que as inspeções no ano passado foram resultado de um programa estadual e reconhece que os números representam um risco à população. “Se há o profissional responsável pelo equipamento, a segurança é maior”.

Mesma opinião tem o engenheiro Francisco Thurler Valente, especialista em elevadores. “Na falta de inspeção, cada um faz o que quer, do jeito que quer, quando quer e sem nenhuma consideração com a segurança das pessoas”, diz, afirmando ser maior o risco de acidentes.

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