O ofício das mulheres chapeleiras de Antônio Dias, no Vale do Aço, será ensinado neste sábado (9) a 75 crianças e adolescentes na comunidade de Cocais das Estrelas. As artesãs vão ministrar oficinas de trança de palha de coqueiro Indaiá, a matéria-prima que usam, durante o “Encontro de Gerações”. Em troca, irão participar de cursos de capacitação e intercâmbio para aprender sobre comercialização.

Estima-se que 500 mulheres estejam envolvidas na produção dos chapéus em Antônio Dias, arte que surgiu há mais de dois séculos. A fabricação é manual e caseira e, em alguns casos, envolve toda a família.

O material é vendido no Vale do Aço e, para muitas artesãs, representa a principal fonte de sustento. O encontro deste sábado também será um momento para avós, mães e filhas trocarem experiências.

Legado
 
“Essas mulheres são responsáveis pela manutenção de um legado, de uma cultura”, afirma uma das organizadoras do evento, Betinna Tassis.

Professora do curso de Administração Empreendedora do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste), ela diz que as moradoras desenvolveram uma técnica única para trançar a palha de Indaiá.

“Vamos difundir essa prática durante as oficinas para que outras gerações aprendam a fazer arte com a matéria-prima das matas da região”.

Dez mulheres foram escaladas para dar as aulas práticas, das 9 às 12 horas.

Aposta no local
 
As ações do “Encontro de Gerações” integram o Projeto Indaiá, desenvolvido desde março pelo Unileste, e envolvem vários cursos e projetos de extensão, além do Instituto Cenibra e da Associação de Artesãos de Antônio Dias.

O objetivo é ajudar a comunidade em ações que potencializem e melhorem as práticas produtivas, de comercialização e gestão, além de reconhecer e valorizar vocações e talentos locais.

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