Em atuação performática promotor cita Drummond, García Márquez e até poetisa portuguesa

Amanda Paixão e Ana Clara Otoni
23/11/2012 às 12:32.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:33
 (Montagem/Hoje em Dia)

(Montagem/Hoje em Dia)

Aos brados e eufórico, o promotor Henry Vasconcelos declamou trechos do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, fez uma referência à obra de Gabriel García Márquez e lembrou trechos da poesia da portuguesa Florbela Espanca, nesta sexta-feira (23), quinto dia do julgamento de Luiz Henrique Romão, o "Macarrão" e Fernanda Gomes de Castro.

Os trabalhos começaram com atraso de quase três horas devido aos problemas de áudio para transmissão da fase de debates entre a defesa e a acusação. Henry abriu sua atuação saudando a juíza Marixa Fabiane Rodrigues com uma homenagem do itabirano Carlos Drummond de Andrade. Ele citou o poema "Os Ombros Suportam o Mundo". Os versos foram publicados no livro "Sentimento do Mundo", em 1940.
Ouça o poema:


Em seguida, ele elogiou o "pulso firme" da juíza Marixa. "Se não fosse o pulso firme da senhora na presidência das vossas tarefas...peço que vossa excelência receba meus elogios", disse o representante do Ministério Público. Henry cumprimentou então os advogados e os jurados - um a um. Ele foi até a mesa do Conselho de Sentença e saudou todos.

Quando começou, de fato, a tratar do crime do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, o promotor descreveu a infância da jovem que "teve a vida ceifada aos 24 anos de idade". Relembrou o depoimento da mãe de Eliza sobre a relação conturbada que Sônia de Fátima e Moura tinha com o marido, Luiz Carlos Samudio e, aos poucos, percorreu o que teria sido a trajetória da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes até a morte. E, mais uma vez, usou da poética ao citar o escritor e jornalista colombiano Gabriel García Márquez. "Ali se iniciava a crônica de uma morte anunciada", disse em referência ao livro "Crônica de uma Morte Anunciada" que foi publicado em 1981.

Ainda nos primeiros minutos da fala performática, Henry recitou o poema "Mendiga", da poetisa portuguesa Floberla Espanca para fazer uma alusão à vida de esperanças e sonhos que Eliza Samudio. Em um dos trechos recitados por ele diz "Na vida nada tenho e nada sou;/ Eu ando a mendigar pelas estradas.../No silêncio das noites estreladas/Caminho, sem saber para onde vou!".

A atuação do promotor de Justiça tem a intenção de convencer os jurados de que Eliza Samudio foi sequestrada e morta pelo grupo de Bruno Fernandes.

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