Em CPI, responsáveis por barragens na Grande BH garantem que não há riscos de colapso das estruturas

Da Redação
23/07/2019 às 18:33.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:40
 (Bernardo Dias/CMBH)

(Bernardo Dias/CMBH)

Em uma oitiva que aconteceu na manhã desta terça-feira (23) na CPI das Barragens da Câmara Municipal de Belo Horizonte, dirigentes de mineradoras que possuem minas na Região Metropolitana da capital declararam seguras as estruturas de rejeitos. Foram ouvidos o gerente geral de Exploração Geológica da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Henrile Pinheiro Meireles; e o diretor da Anglo Gold Ashanti Internacional, Ricardo de Assis Santos. Entre os parlamentares, participaram Edmar Branco (Avante), Irlan Melo (PR) e Pedrão do Depósito (PPS).

Meireles foi o primeiro a ser ouvido e explicou os processos de descomissionamento de duas das barragens da mineradora em Rio Acima, que ficam a 10 quilômetros da Estação de Tratamento de Água (ETA) Bela Fama, responsável por grande parte do abastecimento da RMBH. O executivo afirmou que as estruturas não contêm mais água. "Há um monitoramento diário ao longo de toda a extensão delas, medindo a pressão, o nível de água e se há algum sismo. Não existe barragem que se rompe de repente, a não ser se houver um terremoto. Ela sempre emite sinais e sintomas do que está acontecendo. Qualquer barragem bem monitorada pode ter seu rompimento evitado”, declarou.

Questionado por Irlan Melo (PR), relator da CPI, sobre o que poderia ter acontecido de errado, então, com as barragens gerenciadas pela Vale que se romperam, Meireles não quis se manifestar, mas explicou que em uma barragem à montante qualquer trabalho realizado nela é um risco. “No caso da CSN, o que adotamos na Mina Fernandinho foi não trabalhar próximo ao maciço para não gerar qualquer frequência”.

Com relação aos dados das estruturas do Sistema Casa de Pedra solicitados pelo presidente da CPI, Edmar Branco, o representante da CSN afirmou que as três barragens do complexo (uma à montante e duas à jusante), localizadas na área urbana do município de Congonhas, na região Central do Estado, devem ser descaracterizadas a partir de 2021.

Ainda segundo o gerente geral, caso alguma das barragens citadas se rompa, a mancha de rejeitos não atingiria o Sistema Paraopeba, nem o rio das Velhas, mas a turbidez afetaria a captação de água. No entanto, “a CSN tem convicção total da segurança dos trabalhos, principalmente, porque estamos erradicando esse sistema de barragens”.

O diretor da Anglo Gold, empresa responsável por seis barragens que abrigam rejeitos da extração de ouro, também declarou que as estruturas não trazem risco para os sistemas de captação de água que abastecem BH e região. De acordo com ele, 50% da Mina Cuiabá, em Sabará, já pratica disposição a seco; na Planta Córrego do Sítio, em Santa Bárbara, são 30%; e 15% na Planta da Hidrelétrica Queiroz, em Nova Lima. “Todas as barragens estão seguras e estáveis e são devidamente licenciadas e fiscalizadas por órgãos governamentais municipais, estaduais e federais. Elas são diariamente monitoradas com o auxílio de equipamentos de alta tecnologia”, justificou Assis.

O diretor da empresa mineradora de ouro ainda esclareceu que, apesar da robustez do sistema implantado, a empresa vem realizando estudos e discutindo com os órgãos ambientais o descomissionamento das barragens e que possui plano de emergência para casos de rompimento realizado em conjunto com a Defesa Civil do município e estadual, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e comunidades. “Ainda assim, no caso de rompimento, a mancha não afetaria o Sistema Rio das Velhas, pois está à jusante dele”.

Com CMBH

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