Em pesquisa, apenas 9% dos taxistas creditam redução a aplicativos como o Uber

Aline Louise (*) - Hoje em Dia
29/01/2016 às 07:25.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:13
 (Arte HD)

(Arte HD)

Apesar de 72% dos taxistas do país serem contra a legalização do Uber, apenas 9,8% deles creditam a queda no número de corridas em 2015 ao aumento da concorrência por meio de aplicativos. É o que revela uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada ontem, sobre o perfil desses profissionais. O levantamento ouviu 1.001 taxistas nas principais regiões metropolitanas de 12 estados brasileiros.

Desses, 43% afirmam que a crise econômica é a grande responsável pela redução da demanda de passageiros. Em segundo lugar, para 30,3% dos entrevistados, vem o impacto negativo do transporte clandestino – problema que não parece ter solução.

Em Belo Horizonte, por exemplo, conforme o Hoje em Dia mostrou na terça-feira, enquanto autoridades, motoristas do Uber e taxistas rendem a polêmica em torno da regulamentação do transporte particular de passageiros, perueiros voltam a agir livremente na cidade. Em pelo menos três pontos distintos, vários veículos foram flagrados fazendo embarque e desembarque ilegal nas paradas de ônibus.

Bruno Batista, diretor-executivo da CNT, diz que a avaliação dos taxistas se altera quando estão localizados nas cidades onde o Uber opera. “Para aqueles que conheciam e tinham o serviço nos seus municípios, 68,6% avaliaram que perderam clientes em função dessa concorrência”. No Brasil, o Uber atua em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.

De acordo com Bruno, a pesquisa mostra que os taxistas estão preocupados com a entrada de novos serviços no mercado, o que é “natural”, mas demonstram disposição para alterar a forma de trabalhar por causa dos concorrentes. “Cerca de 60% deles estão dispostos a reagir e buscar maior qualificação. Isso gera algo muito positivo que é a melhora do atendimento aos clientes, em todo país”.

“O transporte de passageiros oferecido pelo Uber é de natureza privada. Esse tipo de atividade existe muito antes do aplicativo e não pode ser considerada irregular”Bernardo Diogo de Vasconcelos, advogado

Decisão favorável

Na noite de quarta-feira, a Justiça mineira concedeu uma liminar a um motorista do Uber na capital, garantindo que ele continue prestando esse tipo de serviço mesmo após a sanção da lei municipal 10.900. O mandado de segurança preventivo foi impetrado na semana passada.

De acordo com o advogado Bernardo Diogo de Vasconcelos, a decisão abre precedente para que outros motoristas também consigam a autorização judicial para atuar na capital.

Ele afirma que mais de 400 parceiros do Uber estão na fila para entrar com pedido semelhante na Justiça.

(*) Colaborou Cristina Barroca

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