Empresário é preso suspeito de filmar funcionárias no banheiro de lava-jato no Buritis

Anderson Rocha
@rocha.anderson_
09/03/2021 às 18:06.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:22
 (Reprodução/ Google)

(Reprodução/ Google)

Pelo menos 11 mulheres foram vítimas de filmagem íntima não-autorizada e assédio sexual pelo empregador delas em um lava-jato onde trabalham, no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte. Segundo informou a Polícia Civil nesta terça-feira (9), nove vítimas já foram ouvidas pela corporação, que investiga o caso. O suspeito foi preso.

Os crimes foram denunciados pelas próprias vítimas nessa segunda-feira (8). De acordo com a Polícia Militar, uma das mulheres acionou o 190 ao localizar uma câmera no teto do banheiro feminino da empresa, próximo a uma janela. A mesma chamou uma colega, que confirmou a situação.

Conforme relatos colhidos pelos militares, as funcionárias do espaço - todas mulheres - relataram que o empresário, de 53 anos, praticava frequentes assédios sexuais contra elas. Entre os casos, o homem já teria chamado uma das funcionárias de "gostosa", e teria afirmado a outras que sabia quando elas estavam menstruadas.

O suspeito, ainda de acordo com depoimento das vítimas, também falava que sabia quando elas estavam usando calcinhas do tipo fio dental e qual era a cor da roupa íntima utilizada por elas. Segundo a testemunha, quando o homem era questionado sobre o tema, ele desviava do assunto, mas afirmava que sabia porque tinha filhas adolescentes.

Outra vítima relatou que, há cerca de três semanas, o homem a chamou para uma reunião e, ao fim do encontro, onde encontravam-se apenas os dois, ele disse que a vítima tinha "uma bunda muito bonita" e que sonhava em tê-la.

Nesse momento, ele teria convidado-a para ir até a garagem da empresa para terem relações sexuais. A vítima relatou que negou o convite e que disse a ele que aquilo se tratava de assédio. O homem teria respondido que assédio é somente quando se pode comprovar.

Outros relatos

Uma outra testemunha relatou que o suspeito ficava ameaçando retirar o chuveiro do estabelecimento uma vez que as mulheres não tomavam banho no local. Disse, ainda, que ele afirmava que sabia quanto de papel higiênico as mulheres utilizavam e costumava dizer que iria fechar a empresa e que elas sairiam "sem direito a nada".

Outra funcionária ouvida pela PM afirmou que, há cerca de uma semana, o suspeito ofereceu R$ 2 mil para que ela e a esposa dela ficassem com ele, o que foi negado pela vítima. Segundo ela, o homem já havia cometido assédio contra elas em ocasiões anteriores a essa.

Versão do suspeito

À polícia, o empresário afirmou que o local utilizado pelas mulheres como banheiro era um almoxarifado e, por isso, havia câmeras. Ele alegou que possuía câmeras, mas que não tinha acesso às imagens, uma vez que não teria conseguido custear o serviço.

A perícia da Polícia Civil foi ao local e localizou, além da câmera no teto do banheiro, mais dois equipamentos no ambiente: ao lado do vaso sanitário e atrás da porta de entrada do banheiro.

As vítimas e o suspeito dos crimes foram conduzidos à Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Vítimas de Intolerâncias, no Barro Preto, na região Centro-Sul da capital. O homem foi preso e encaminhado ao sistema prisional.

Em nota, a PC informou que confirmou o flagrante do empresário em razão da prática dos crimes de registro não-autorizado da intimidade sexual e de assédio sexual. Conforme a corporação, a pena máxima dos crimes é de três anos, podendo ser aumentada de acordo com o número de vítimas.

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