Empresário envolvido em tiroteio em Juiz de Fora nega que carregava dólares para trocar por R$ 15 mi

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
23/10/2018 às 09:27.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:22
 (TV Globo/Reprodução/Montagem)

(TV Globo/Reprodução/Montagem)

O empresário de São Paulo envolvido no tiroteio entre policiais civis mineiros e paulistas, que terminou com um agente morto, em Juiz de Fora, na região da Zona da Mata de Minas, se apresentou à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e negou que estivesse vendendo dólares.

À polícia, ele afirmou que foi até o município mineiro, em uma aeronave particular, para "pedir um empréstimo" para suas empresas, situadas na França, Espanha e Brasil. Como a transação era milionária, o empresário disse que contratou uma empresa de segurança, mas garantiu que não sabia que os homens eram policiais civis. 

O empresário prestou depoimento por quase quatro horas, na tarde de segunda-feira (22), e afirmou que em troca do empréstimo ofereceria imóveis como garantia. Ele disse, ainda, que deixou o local da confusão - o estacionamento do Hospital Monte Sinai - antes do tiroteio. O empresário foi proibido pela Justiça de deixar o Brasil. 

Além do policial mineiro morto, duas pessoas ficaram feridas e estão internadas. O caso aconteceu na última sexta-feira (19) e está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas.

Golpe

Conforme as investigações da polícia, o empresário paulista seguiu de helicóptero para Juiz de Fora, onde trocaria dólares por reais com um empresário mineiro. Para fazer a transação, ambos contrataram seguranças "vips". O paulista estava escoltado por nove seguranças, sendo oito policiais de SP. Já o mineiro estava recebendo a proteção de policiais civis de Minas.

Durante a transação, porém, um dos empresários constatou que parte do dinheiro era falso, momento em que teve início o tiroteio. Com os envolvidos foram encontrados R$ 15 milhões, sendo que R$ 14 milhões eram em notas falsas. O empresário paulista deixou a cena do crime em uma aeronave particular com destino a São Paulo. Com os envolvidos na ocorrência foram apreendidos rádios comunicadores e coletes, armas de grosso calibre - 380, 40 e 45 -, carregadores e munições.

O crime ocorreu por volta das 16h30 de sexta-feira (19) no estacionamento do Hospital Monte Sinai. Parte da ação foi registrada por câmeras de segurança e as imagens serão analisadas pela Policia Civil de Minas Gerais, que abriu inquérito para apurar o caso. A corporação informou que aguarda o laudo da perícia do local e da necropsia do policial morto.

Prisões

A Justiça mineira decretou a prisão preventiva de quatro policiais civis. Além dos dois delegados e dos dois investigadores, a Justiça também converteu de flagrante para preventiva a prisão de dois homens que estão internados desde que houve o tiroteio. 

Neste fim de semana, os quatro policiais foram transferidos para Belo Horizonte. A Secretaria de Estado de Administração Prisional de Minas Gerais (Seap) confirmou que o quarteto está em uma ala especial da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana da capital. 

Processo

De acordo com a Polícia Civil de Minas, quatro agentes de São Paulo foram autuados em flagrante por lavagem de dinheiro. Outros quatro foram liberados. Também foi autuado em flagrante o proprietário do dinheiro falso por tentativa de estelionato. Um segurança paulista, que está internado, foi autuado por homicídio.

Três policiais civis mineiros foram autuados por prevaricação. Eles foram ouvidos e liberados após assinarem termo de compromisso para comparecerem sempre que solicitados pela Justiça.

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