Empresa responsável pela segurança da boate Hangar contesta resultado do laudo da Polícia Civil

Paula Bicalho
pbicalho@hojeemdia.com.br
02/10/2017 às 20:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:50
 (Reprodução Facebook)

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Na semana passada, a Polícia Civil divulgou o resultado do laudo feito em Allan Guimarães Pontelo, de 25 anos, morto durante uma festa na boate Hangar 767 há um mês, no dia 2 de setembro. O documento diz que não havia indícios de substâncias ilícitas. 

Porém, a CY Security, responsável pela segurança da boate no dia, disse em nota que "ao contrário do que foi amplamente divulgado, o laudo da Polícia Civil detectou, sim, a presença de uma substância que pode ajudar a esclarecer os fatos e chegar à verdade do ocorrido: a ketamina".

Esta substância é um anestésico para cavalos, também conhecida como “Special K”, “Kit Kat”, “Cat Valiums”, ou “Vitamina K”. Ela induz a um estado de transe, proporcionando alívio da dor, sedação e perda de memória. Pode ser usada também para o alívio da dor crônica e a sedação nos cuidados intensivos.

"Ela não é uma droga qualquer, é potencialmente destrutiva. Para se ter uma ideia dos riscos que oferece, os médicos orientam a pessoa que fizer uso da Ketamina, a ficar sob a vigilância de outra pessoa por pelo menos 24 horas, tal a quantidade de efeitos colaterais nocivos que pode causar a quem dela fizer uso", diz a nota.

Ainda segundo o comunicado, a ketamina é responsável por desacelerar o batimento cardíaco, causar problemas respiratórios, inchaço na garganta, no rosto, na boca e na língua, provocar alucinações, falta de noção de atitudes, falta de controle da fala e dos movimentos dos olhos, entre outros.

No laudo da Polícia Civil, a conclusão diz: "Com a atualização das técnicas atualmente disponíveis neste laboratótio, foi realizada pesquisa toxicológica, tendo sido detectada a presença da substância ketamina (cetamina) no sangue e nas víceras".  

Para a CY Security, falta ainda mensurar a quantidade ingerida, já que o laboratório responsável pela análise não tinha meios para isso. Eles acreditam que o resultado pode elucidar o caso. 

A empresa disse ainda que nunca foi sua intenção criminalizar o rapaz. "Nós, mais do que ninguém, queremos a verdade, apenas isso. E na busca dessa verdade, não podemos ignorar nenhum fato que possa ajudar a elucidar o que aconteceu naquela noite. Nesse caso, cabe as autoridades competentes, no uso de todos os recursos tecnológicos existentes, concluir os laudos periciais e oferecer à justiça, de forma clara e transparente, os resultados obtidos. É o que, sinceramente, esperamos que aconteça", finaliza a nota.

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