Endometriose requer diagnóstico precoce e tratamento rápido

Luisana Gontijo
lgontijo@hojeemdia.com.br
23/03/2020 às 12:15.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:03
 (André Borges/ Agência Brasília)

(André Borges/ Agência Brasília)

Doença ginecológica que acomete mais de 7 milhões de brasileiras, a endometriose causa infertilidade em 30% delas, segundo levantamento da Associação Brasileira de Endometriose (SBE). Neste mês, a campanha Março Amarelo busca incentivar a prevenção da doença, que acomete de 10% a 20% das mulheres em idade reprodutiva (de 13 a 45 anos), sendo principal impeditivo para uma gestaçao. 

O alerta do presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Agnaldo Lopes, é que há um atraso muito grande entre o início dos sintomas e a procura de assistência médica pelas portadoras de endometriose. Segundo ele, isso costuma demorar mais de 10 anos. E, se a paciente não procura um especialista que entenda da doença, o diagnóstico e início do tratamento podem levar mais uma década.

Agnaldo Lopes explica que a endometriose é uma doença que se caracteriza pela presença de células do endométrio, camada mais interna do útero, fora do lugar. Elas vão, por exemplo, para o peritônio, ovários, para a musculatura uterina e até para órgãos como o intestino, nos casos de endometriose profunda.

Dor pélvica crônica, menstruações muito dolorosas, dor na relação sexual, dor evacuatória e sintomas urinários - como fezes na urina, dor na bexiga - estão entre os indícios de endometriose, segundo o médico. A dor pélvica crônica, explica ele, é uma cólica menstrual anormal, em que a mulher precisa procurar pronto atendimento, precisa de medicamento venoso. É uma cólica que interfere nas suas atividades diárias.

CAUSAS
E a endometriose pode ser causada por questões genéticas, hormonais, explica ainda Agnaldo Lopes. “É sinônimo de inflamação, de um processo inflamatório importante”, reforça. 

O diagnóstico da doença, aponta o médico, pode ser feito a partir do quadro clínico apresentado pela paciente e de exames complementares, como ultrassonografia transvaginal com preparo ou ressonância magnética da pelve. Para o diagnóstico definitivo, pode ser feita uma videolaparoscopia. “O importante é ficar alerta e procurar um profissional com grande experiência em endometriose”, orienta.

Quando o tratamento medicamentoso não é suficiente, a alternativa é o cirúrgico, indica o endocrinologista. A cirurgia laparoscópica ou robótica, explica, permite ver a extensão da doença e retirar lesões endometrióticas. Em seguida, faz-se um tratamento de manutenção com hormônios.

Agnaldo Lopes frisa que a infertilidade causada pela endometriose nem sempre é irreversível. Há situações em pode haver indicação cirúrgica e outros em que se busca ajuda de profissionais especializados em reprodução humana. Mas a indicação mais acertada, frisa o médico, é buscar atendimento adequado logo no início dos sintomas.

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