(Manoel Marques/Imprensa MG)
Responsáveis pelo acompanhamento de situações de negligência, abuso e violência contra vulneráveis, as equipes multidisciplinares do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) percorreram, de março a dezembro de 2017, 71.418 quilômetros para o atendimento a famílias de 11 municípios, incluindo comunidades rurais, quilombolas e indígenas. Foram 487 visitas domiciliares do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi).
Essas situações, em geral, são encaminhadas ao Creas Regional por referências técnicas de Proteção Social Especial das secretarias municipais de Assistência Social; pelo Judiciário e pelos Conselhos Tutelares e conselhos diversos, como dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos Direitos do Idoso e dos Direitos da Mulher.
No entanto, de acordo a assistente social Kassandra Moreira, coordenadora do Creas Regional Alto e Médio Jequitinhonha, em Almenara, como nem sempre os casos de violência, abandono e abuso são denunciados, os técnicos da equipe também realizam busca ativa nas áreas de maior vulnerabilidade. “A rotina consiste em visitar municípios e comunidades da área rural”, conta.
Assistente Social com oito anos de experiência, Daniela Mourão, referência técnica de Umburatiba, no Vale do Mucuri, realiza o trabalho de busca ativa, em parceria com os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), nas escolas, centros de saúde e visitas domiciliares.
Nessas ocasiões, fala sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, esclarece o que é abuso, agressão, e deixa o contato para conversa posterior. Se procurada, faz a abordagem inicial. “Quando constatada a violação de algum direito, encaminhamos para o Creas Regional”, esclarece.
Vínculo
Após receber o caso, a equipe visita a família para conhecer de perto a situação e construir vínculos entre o serviço e a família. Dependendo, ocorre o encaminhamento para outras secretarias, como a de Saúde, por exemplo, quando se tratar de uma doença.
“O caso é acompanhado de perto pela equipe multidisciplinar, que realiza reuniões para discussão das questões problemáticas”, explica Daniela, que se define como mediadora e planeja, em 2018, fortalecer o trabalho em rede com os parceiros dos conselhos, da Secretaria de Saúde, do Sistema de Garantia de Direitos e intensificar a divulgação de todos os serviços socioassistenciais, para que a população tenha maior conhecimento sobre os serviços existentes no município.
Superação
O tempo de acompanhamento depende de cada caso. Já o encerramento só ocorre após a equipe constatar que a situação de violação foi superada, momento em que as famílias passam a ser acompanhadas pelo Cras de seus municípios de origem.
Atualmente, são 105 casos em acompanhamento nos seis municípios atendidos pelo Creas Mucuri e 98 casos acompanhados nos cinco municípios da área de abrangência do Creas Alto e Médio Jequitinhonha.
Somente a equipe do Creas Regional Mucuri fez 446 atendimentos diversos, além de 290 individualizados, 162 em grupo, 52 encaminhamentos de famílias para o Cras e 113 visitas domiciliares, registros feitos entre março e dezembro de 2017.