Escalada da Covid em Minas faz média de novos casos superar o pico da pandemia, entre junho e julho

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
15/12/2020 às 03:57.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:18

A  média diária de novos casos de Covid-19 em Minas já é maior se comparada ao período do pico da doença. Nos últimos 30 dias, 2.923 notificações foram confirmadas a cada 24 horas. De 22 de junho a 22 de julho, foram 2.327 diariamente. Para especialistas, os números preocupam e está nas mãos da própria população a mudança no comportamento da pandemia no Estado.

Caso contrário, o infectologista e professor da UFMG Unaí Tupinambás afirma que “a situação pode ficar calamitosa”. Um dos pontos que mais merecem atenção, segundo ele, é o sistema de saúde, uma vez que já começa a ser pressionado pelo atendimento a doenças crônicas, como renais e diabetes, e arboviroses, como dengue.

“O momento atual é mais delicado do que foi em maio, junho, julho, e pode evoluir para uma crise humanitária, com pessoas morrendo na fila à espera de uma vaga. Podemos ter um fim de ano muito triste e um janeiro bem crítico”, frisou o médico, que integra o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de BH.

A situação é de alerta em todo o país. Mas apesar da alta incidência, as opiniões sobre uma segunda onda são divergentes. Para declarar esse cenário, de acordo com o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI), Estevão Urbano, é preciso ter uma queda significativa de doentes em um período depois do pico da doença. 

Porém, ainda não foram feitos estudos para saber se, de fato, isso ocorreu por aqui. “Ainda estamos em dúvida se já passamos para a segunda ou se ainda estamos na primeira onda”, disse. 

“Lá atrás, as pessoas tinham mais respeito à pandemia. Hoje, quem nunca teve respeito continua a não ter, mas quem teve cansou um pouco. Isso pode trazer consequências. Naquela época chegamos a ter saturação grande de leitos. Se hoje ultrapassar, a situação fica terrível. Pessoas podem morrer à espera de uma vaga”, afirma o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano

"A situação é muito preocupante. Estamos vendo o vírus se alastrar numa velocidade muito grande. Os hospitais privados estão muito cheios, os públicos começam a acelerar o número de internados, e muita gente ainda não está se dando conta de que a pandemia continua”, completou Estevão Urbano. Em BH, a ocupação dos leitos de UTI exclusivos para Covid-19 subiu 35% em duas semanas.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que, desde 9 de dezembro, novos protocolos sanitários foram publicados pelo Plano Minas Consciente. “O (programa) foi baseado nas informações fornecidas por diversas instituições e entidades de classe, com o objetivo de auxiliar os 853 municípios para que possam agir de maneira correta e responsável, mantendo os bons resultados apresentados por Minas na contenção da pandemia até aqui”.

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