
A segurança ao andar de patinete elétrico vai além do uso de dispositivos como capacete e joelheiras. O próprio design do veículo precisa ser repensado para a infraestrutura da cidade.
É o que alerta o arquiteto e urbanista Sérgio Myssior, atual presidente da Comissão de Mobilidade e Logística Urbana da Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas). “O modelo facilmente pode levar à queda do usuário. As rodas são pequenas diante das irregularidades das vias. A inclinação é muito para a frente”.
Em nota, a Grow Mobility, que controla a Yellow e a Grin, que operam em BH, disse que “desenvolve uma segunda geração de equipamentos que vai aumentar a robustez das patinetes e bikes, incluindo o design da roda”. A previsão é de que a produção comece em 2020, na fábrica da empresa em Manaus.
“A partir do momento que a pessoa paga para usar uma patinete, a empresa está prestando um serviço e tem que garantir a segurança (do usuário). Se fosse responsabilidade de quem anda, todo mundo teria que levar um cinto de segurança para o ônibus, por exemplo” - Marcelo Barbosa, coordenador do Procon da Assembleia Legislativa
Responsabilidade
Coordenador do curso de Direito das Faculdades Kennedy, Hellom Lopes declarou que tanto a empresa que oferta o modal compartilhado quanto o Executivo podem ser responsabilizados juridicamente pelo acidente que tirou a vida do empresário Roberto Pinto Batista Júnior, de 43 anos, no último sábado.
O advogado explica que a culpa de quem aluga as patinetes existe independentemente de ela fazer alertas sobre o uso obrigatório de capacetes.
“(A patinete) É um meio que está sendo utilizado no mundo todo e é bastante eficiente para deslocamentos de curta e média distâncias, porque facilita a integração em áreas centrais. As pessoas ainda estão começando a utilizar essa alternativa de transporte e não têm habilidade nem tempo de maturação como da bicicleta, que a gente aprende a andar desde pequeno. A patinete surge de uma hora para outra. Então, temos que avaliar como tornar essa prática mais segura, garantindo informação para todos os usuários” - Guilherme Leiva, professor de Engenharia de Transporte do Cefet-MG
Com relação à prefeitura, Hellom Lopes frisa que a “responsabilidade é objetiva e independe de culpa”. Pela Constituição, segundo ele, significa que pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus agentes provocam a terceiros.
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