Especialista não vê relação entre solo e desabamento de viaduto

Alessandra Mendes - Hoje em Dia
06/07/2014 às 08:23.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:16
 (Lucas Prates/Hoje em Dia/Arquivo)

(Lucas Prates/Hoje em Dia/Arquivo)

O desabamento do viaduto na avenida Pedro I, na divisa das regiões Pampulha e Venda Nova, levantou uma série de questões com relação à construção, que faz parte do conjunto de obras de implantação do BRT Move. Uma das perguntas é se o solo da área pode ter influenciado, de alguma forma, na queda da estrutura. Possibilidade aventada após a constatação do afundamento de cerca de seis metros do pilar central da alça que cedeu. A resposta, segundo um especialista no assunto, é negativa.    “Na capital mineira não há nenhuma área geologicamente impeditiva para este tipo de construção. É claro que as obras mais complexas exigem estudos geológicos detalhados, que devem ser feitos por especialistas. Se esses cuidados foram tomados, o solo da área não é um problema”, afirma o engenheiro geólogo e consultor em processos de urbanização e edificações, Edézio Teixeira de Carvalho.   A região onde fica o viaduto Batalha dos Guararapes, que caiu na última quinta-feira, é composta por uma sucessão de elementos, que passa pela rocha sã, onde é fixada a base de obras, como o viaduto. No eixo do córrego que passa pelo Parque Ecológico Lagoa do Nado existe a presença de solos mais compressíveis, que normalmente são argilosos e com muita água impregnada.   Ainda assim, o especialista não considera que isso seja um empecilho para este tipo de construção. “Em Belo Horizonte existem áreas mais complicadas para este tipo de obra, como a região onde fica o bairro Belvedere, que precisam de fundação com 35 metros de profundidade”, explica Carvalho.   O que pode ter acontecido é uma falha no estudo do solo, deixando passar algum detalhe fundamental. “Não há obrigatoriedade da presença de um geólogo que faça este trabalho. Mas a contribuição deste profissional minimiza os riscos. Neste caso, temos um solo que não oferece problema maior para uma edificação que necessariamente tem fundações profundas”, esclarece.   O laudo que vai determinar as causas do desabamento deve sair até o início do mês que vem. O trabalho está sendo realizado por peritos das polícias Civil e Federal. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por