Especialistas dão dicas para o pré-universitário acertar na escolha da profissão

Malú Damázio
31/05/2019 às 20:28.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:54
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A escolha da carreira é uma das decisões mais importantes na vida de uma pessoa. Porém, uma tarefa difícil e que gera muitas dúvidas. Na hora de analisar as possibilidades, especialistas afirmam que o estudante deve levar em consideração os próprios gostos e o que o faz feliz, além da aptidão, condições profissionais e retorno financeiro.

Com tantas opções, não é difícil encontrar indecisos sobre o futuro. Pesquisa realizada pelo Cedaspy Professional School (CPS), rede de escolas de capacitação, aponta que 60% dos adolescentes vivem a incerteza sobre a graduação.

Que o diga Laura Nogueira de Almeida, estudante do 3º ano do ensino médio. A jovem está dividida entre arquitetura e psicologia. 

A primeira opção é por conta dos familiares que atuam na área, o que despertou o interesse pelo ofício. Já o desejo pela segunda possibilidade surgiu a partir das sessões de terapia na infância e da habilidade de ouvir e aconselhar que a adolescente, de 17 anos, garante ter. “Pesquisei sobre os conceitos envolvidos e fiquei curiosa pela mente humana”, diz Laura.

de áreas completamente distintas

Conhecimento

Para bater o martelo sobre a carreira, a psicóloga escolar da rede Bernoulli Sistema de Educação, Aline Rodrigues, afirma ser preciso pensar em quem o pré-universitário é. “São os objetivos pessoais e as qualidades que definem um profissional de sucesso”, frisa.

Para isso, vale recorrer a amigos mais próximos e familiares, questionando eles sobre quais as suas qualidades e o que você faz de melhor.

“Costumo falar com os alunos, em uma situação hipotética, que, se eles fossem fazer uma festa, no que pensariam? São mais práticos ou estratégicos? Pensam mais nos convidados ou na comida e na bebida? Tudo isso é autoconhecimento”, diz Aline.

Dá dinheiro?

Outro impasse na hora de decidir a graduação é a remuneração desejada pelos jovens e o retorno financeiro. O dilema atormenta muitas pessoas, especialmente porque, em alguns casos, é comum haver cobrança da família com relação ao curso escolhido. 

Coordenador do Núcleo de Orientação Psicopeda-gógica das Faculdades Promove (NOP), o psicólogo Cláudio Vieira de Lima lembra ser importante que o estudante converse com quem já trabalha na área.

Lima reforça que, hoje em dia, muitas carreiras surgiram no mercado e existem as tradicionais. Por isso, segundo ele, é comum que parentes pensem logo nas três “clássicas”: medicina, engenharia e direito. 

“Existem profissões com campo bem amplo e que pessoas de outra geração podem desconhecer, como de tecnologia da informação, programação e design gráfico. A empregabilidade é alta”, observa o psicólogo do Promove.

Em dúvida entre engenharia de produção, ciências da computação e design gráfico, o estudante Daniel Lara, de 18 anos, aprovado em todos os cursos, teve dificuldades para fazer a opção. “Nunca soube o que queria estudar, e minhas ideias partiam do que outras pessoas diziam que dava dinheiro. Até entrar na graduação, não sabia que a área de design era tão grande e com diversas atuações, mas decidi tentar por aptidão e indicação de amigos”.

Aluno do primeiro período de design gráfico, o jovem conta que o contato com marketing e as apresentações na escola foram decisivos para a escolha. “Agora estou adorando o curso”, afirma.

A orientação vocacional, oferecida por psicólogos, pode ajudar o estudante no processo da escolha profissional, observam especialistas

Adiar decisão

O estudante em dúvida sobre a graduação, está sob pressão e dispõe de pouco tempo deve esperar mais um pouco antes de decidir qual carreira seguir. O alerta é da psicóloga Maria Fernanda Alves, do setor de orientação profissional do site Quero Bolsa, que concede descontos em mensalidades nas faculdades.

A especialista reforça ser essencial que o pré-universitário esteja seguro na decisão para que não se arrependa depois. “Talvez, seja melhor conversar com a família, dar um tempo. Nesses casos, é possível se matricular em um curso livre, presencial ou on-line, relacionado à carreira, além de ler livros digitais e outros materiais gratuitos na internet a respeito da área”, aconselha.

Pesquisas

Conversar com profissionais da área ou com estudantes da graduação também são sugestões de especialistas. Além disso, os indecisos devem ampliar as pesquisas para conhecer as possibilidades de atuação de cada carreira, complementa Maria Fernanda.

“As próprias faculdades disponibilizam a grade curricular, e uma boa dica é entrar no site das entidades que regulam a profissão, como os conselhos federais de Psicologia ou Odontologia, por exemplo. Geralmente, é possível até encontrar na internet vídeos de graduados falando sobre o tema”, observa a psicóloga do Quero Bolsa.

A orientação profissional feita por especialistas é mais uma alternativa. O serviço é muitas vezes oferecido pelas instituições de ensino gratuitamente ou por preço mais em conta.

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