Esposa de auditor fiscal da PBH assassinado muda versão dos fatos

Thais Oliveira - Hoje em Dia
07/08/2014 às 14:56.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:41
 (Reprodução/Facebook)

(Reprodução/Facebook)

Alessandra Lúcia Pereira Lima, de 41 anos, mudou a versão que deu à polícia sobre o assassinato do auditor fiscal da prefeitura de Belo Horizonte, Iorque Leonardo Barbosa Júnior, de 42 anos, na manhã dessa quarta-feira (6). Segundo o delegado Rodrigo Bossi, da Delegacia de Homicídios Noroeste de Belo Horizonte, Alessandra, que antes negava ter sido amante do policial civil Ernandes Moreira Santos, assumiu o relacionamento extraconjugal.    Alessandra era esposa de Iorque, morto com sete tiros no dia 18 de fevereiro deste ano, em um ponto de ônibus do bairro Padre Eustáquio, região Noroeste da capital. Na tarde dessa quarta-feira (6), Ernandes, que até então estava foragido, se entregou na Casa de Custódia do Policial Civil, no bairro Horto, região Leste de Belo Horizonte.   “Ela disse que começou a se relacionar com Ernandes em outubro de 2013 e que era ameaçada por ele. Segundo a Alessandra, Ernandes disse que se ela se separasse dele iria matar Iorque. Ela alegou que ficou entre a cruz e a espada, pois não podia contar nada para o marido e nem se separar do policial.”, explicou o delegado.    De acordo com Bossi, no novo depoimento, Alessandra jogou toda a culpa do homicídio em Ernandes. “Mas há várias contradições no depoimento, pois mesmo com as supostas ameaças, ela continuou a levar o policial civil para as festas das pessoas que faziam parte do seu círculo de amizades. Não acreditamos nessa nova versão dos fatos”, afirmou Bossi.   “Outro ponto importante no depoimento de Alessandra é que ela forneceu o nome de vários amigos que tinham ciência do relacionamento dos dois e agora vamos ouvi-los”. Bossi acredita que essas pessoas possam falar sobre como era o relacionamento de Alessandra com Iorque e também com Ernandes. “Além disso, queremos saber se essas pessoas sabiam do crime e como ele ocorreu”, afirmou.    O delegado disse que não sabe se Ernandes se entregou devido ao novo depoimento de Alessandra. “Pode ter sido uma coincidência, mas também o depoimento dela pode ter vazado”, afirmou. Bossi informou ainda que Ernandes ainda não foi ouvido pela polícia e que isso acontecerá em um “momento estratégico”.     Entenda o caso No último 23 de julho, a Polícia Civil apresentou Alessandra e mais dois suspeitos de participação no homicídio, que são os irmãos Flávio de Matos Rodrigues, de 39 anos, e Otávio de Matos Rodrigues, 36. Os irmãos estão presos no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), da unidade Gameleira. Alessandra está presa no Ceresp, da unidade Centro-Sul da capital.   Nessa quarta-feira (6), o amante de Alessandra, o policial civil Ernandes Moreira Santos, que estava foragido, se entregou na Casa de Custódia do Policial Civil, no bairro Horto, região Leste de Belo Horizonte, onde está detido.    De acordo com a Polícia Civil, Alessandra e o policial civil eram amantes. Os dois são acusados de serem os mandantes do crime. Já os irmãos tiveram a função de esconder o veículo utilizado pelo atirador no dia do homicídio.    As investigações da polícia apontam que a motivação do crime, julgado como passional, seria financeira. Caso o funcionário público morresse, a esposa dele receberia uma pensão de aproximadamente R$ 15 mil por mês, além de um apartamento avaliado em R$ 405 mil.    Segundo a Polícia Civil, é possível que outras pessoas estejam envolvidas no assassinato, por isso, o inquérito ainda não foi finalizado. A participação, porém, de Otávio e do policial civil já foi confirmada. A PC informou que Otávio foi filmado por câmaras de segurança no dia, horário e próximo ao ponto de ônibus, do bairro Padre Eustáquio, onde Iorque foi morto com sete tiros. Além disso, antenas telefônicas captaram que Otávio trocou mensagens de celular com Ernandes, que também estava próximo do local do crime e estava, possivelmente, coordenando o homicídio.    Em depoimento, a esposa e os irmãos presos negaram participação no assassinato.

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