Esquema de guerra em BH para ouvir membros do PCC

Simon Nascimento
scruz@hojeemdia.com.br
26/11/2018 às 20:46.
Atualizado em 28/10/2021 às 02:23
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Viaturas, ônibus, ambulâncias, drones, helicópteros, ruas fechadas e 280 policiais empenhados. O cenário que mais parecia de guerra foi montado ontem nas imediações do Fórum Lafayette, no Barro Preto, em BH, para garantir os depoimentos de 26 suspeitos de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa paulista com atuação em todo o país.

Um andar do prédio foi isolado. Os trabalhos só podem ser acompanhados por pessoas autorizadas. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a sessão do primeiro dia foi tranquila. Doze testemunhas de acusação e de defesa foram ouvidas em pouco mais de quatro horas. O interrogatório dos réus está previsto para começar hoje.

Os trabalhos devem terminar apenas na sexta-feira. Os homens são suspeitos de crimes contra o patrimônio e tráfico de drogas. O caso está sob segredo de Justiça. Na lista de delitos atribuídos ao grupo está a participação na série de incêndios a ônibus ocorrida no primeiro semestre deste ano. Mais de 70 coletivos foram queimados em 40 cidades mineiras.

A preparação para a audiência começou no fim de semana. De acordo com o porta-voz da Polícia Militar (PM), major Flávio Santiago, nos últimos dias foi feita uma varredura em toda a região para prevenir qualquer tipo de ação que atrapalhe o andamento dos trabalhos. “Estamos atuando também com monitoramento aéreo de drones e helicópteros”, frisou.

O esquema reforçado de segurança chamou a atenção de quem passou perto do Fórum Lafayette. “Nunca vi algo parecido por aqui. Estou impressionada com tanta polícia”, disse a aposentada Alexandra Carvalho, de 42 anos, que mora há mais de dez em um prédio na região.

as considerações do Ministério Público e da defesa. O destino dos denunciados só será definido posteriormente

Restrição

Até o fim da semana, o acesso ao tribunal será feito apenas pela avenida Augusto de Lima e rua Paracatu. A entrada da Ouro Preto foi fechada exclusivamente para a chegada dos réus e de juízes. Os veículos dos magistrados são revistados por policiais.

No quarteirão foi montada a base de apoio da operação, chefiada pela PM. A força-tarefa é formada por homens dos batalhões de Choque, de Operações Especiais (Bope) e de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam). Militares do Corpo de Bombeiros e agentes da Secretaria de Estado e Administração Prisional (Seap) ajudam a reforçar a segurança.

Ainda conforme o major Flávio Santiago, os réus serão escoltados, no trajeto entre as unidades prisionais e o fórum, durante os cinco dias de depoimentos.

  

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