Estátua de Aleijadinho desaparecida há 40 anos é encontrada na Pampulha

Jefferson Delbem - Hoje em Dia *
10/10/2013 às 14:33.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:13

Um estátua feita por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que estava desaparecida há 40 anos, foi encontrada em uma casa na região da Pampulha, em Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira (10). A obra, intitulada Samaritana, é uma peça esculpida em pedra sabão, sem policromia (pintura), de 1,05 m de altura, datada do final do século XVIII. Ela é integrante do conjunto arquitetônico de Ouro Preto.

De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a estátua não foi roubada e, sim, vendida na década de 1970 para um colecionador da capital. No entanto, como o bem faz parte do Monumento Nacional de Ouro Preto não poderia ter sido retirado do conjunto ao qual pertencia em seu local de origem. Ainda segundo o MPMG, isso implica em mutilação do bem protegido, o que é vedado pelo art. 17 do Decreto-lei 25, de 1937.

Uma Ação Civil Pública (ACP) foi proposta pelo Ministério Público, 4ª Promotoria de Justiça de Ouro Preto, Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais e pelo Ministério Público Federal, para busca e apreensão do bem. Na terça-feira (8), o juiz federal Leonardo Augusto de Almeida Aguiar, da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, julgou procedente o pedido. A obra deverá ficar sob a guarda do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) até final julgamento final. Estátua da Samaritana

Conforme a Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, a estátua da Samaritana faz parte de um chafariz instalado nos fundos do casarão onde atualmente está instalado o museu “Casa Guignard”. O imóvel localizado na rua Direita, é dedicado à obra de Alberto da Veiga Guignard, cuja edificação é de propriedade do Estado de Minas Gerais desde 1974.

O chafariz era composto de uma base e um nicho onde ficava a imagem que estava desaparecida. A peça teria sido retirada do local de origem, sem autorização do Iphan, na década de 1950, sendo levada para um imóvel situado na rua Conselheiro Quintiliano, bairro Lages, em Ouro Preto. Na década de 1970 foi vendida para um colecionador de Belo Horizonte. (* Com informações do Ministério Público de Minas Gerais)
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por