Estado destina R$ 3 milhões para hospedagens em hotéis de moradores de aglomerados com Covid

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
11/08/2020 às 13:52.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:15
 (Flavio Tavares)

(Flavio Tavares)

Moradores de aglomerados com suspeita ou confirmação de Covid-19 poderão ficar isolados em hotéis como forma de prevenção à transmissão da doença. A ação foi possível após destinação do governo de Minas de cerca de R$ 3 milhões para a finalidade, em parceria com o Ministério Público. 

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, cerca de 2 mil moradores de comunidades e favelas localizadas em 17 municípios mineiros poderão ser auxiliados pelo projeto.

Conforme o Estado, o repasse aos municípios que aderirem ao projeto será feito, em parcela única, do Fundo Estadual de Saúde para o Fundo Municipal de Saúde, em conta específica destinada exclusivamente para este fim.

A medida, segundo a pasta, pretende reduzir a transmissão do vírus em ambientes de vulnerabilidade social, a necessidade de leitos para internação, incluindo os de terapia intensiva, e os óbitos relacionados à doença.

"O vírus da Covid-19 é de alta transmissibilidade, principalmente, no ambiente domiciliar. Os aglomerados sociais são considerados fatores limitantes para o isolamento pela alta densidade demográfica e pelo grande número de pessoas que moram no mesmo espaço", declarou Tânia Marcial, infectologista da SES-MG e uma das responsáveis pelo projeto. 

Critérios para adesão municipal

De acordo com o Estado, o município que pode aderir ao projeto precisa respeitar os seguintes critérios: população maior ou igual a 150 mil habitantes; taxa de incidência de casos maior ou igual a 50% da média estadual; possuir sistemas de notificação oficiais (Sivep Gripe e Esus-Ve) atualizados; possuir aglomerados subnormais mapeados e taxa de incidência calculada para estas áreas; ter definidos os estabelecimentos e protocolos de funcionamento.

Os municípios que quiseram aderir devem sinalizar à SES-MG sobre o interesse em participar do projeto. 

Ainda conforme o governo de Minas, os hotéis foram os espaços escolhidos para esse isolamento por já possuírem infraestrutura adequada e serem unidades com facilidade de aplicação de protocolos sanitários.

Nesses locais, segundo a SES-MG, serão adotadas medidas para implantação de cortes de isolamentos (andares ou alas com positivos, negativos e suspeitos). O protocolo recomenda que o uso de ar-condicionado e ventiladores seja evitado. Também não é recomendável receber visitas durante a hospedagem, exceto em casos de profissionais de Saúde, que devem usar máscara cirúrgica.

Cada pessoa em isolamento vai receber um kit de higiene composto por escova e pasta de dente, pano e álcool para limpeza de superfície, máscara cirúrgica (3 máscaras por dia), lenço descartável e recipiente com álcool gel.

Hóspedes

O público alvo para a hospedagem são pessoas com sintomas leves, com suspeita ou confirmação da infecção pelo coronavírus, residentes de aglomerados, sem possibilidade de isolamento adequado em suas residências.

"Os casos suspeitos serão avaliados pela equipe da Atenção Primária, sendo o encaminhamento realizado somente após essa análise, notificação no sistema ESUS-VE e coleta de exame", afirmou a infectologista.

Os casos sintomáticos, suspeitos ou confirmados serão isolados pelo período mínimo de dez dias após o início dos sintomas, estando até 72 horas assintomáticos. Contatos assintomáticos com exame de PCR positivo ficarão isolados por dez dias e com exame sorológico positivo por sete dias. 

Como os hotéis não são unidades de Saúde, não será permitido o isolamento de pessoas de grupo de risco, como maiores de 60 anos, gestantes, portadores de comorbidades e menores de 18 anos.

Abertura de academias

Em coletiva de imprensa virtual na Cidade Administrativa nesta segunda-feira (11), o secretário adjunto de Estado de Saúde, Marcelo Cabral, informou que não há perspectiva de alteração nos protocolos do Minas Consciente e que, portanto, o que vale é a orientação de que esses locais poderão ser abertos somente se as regiões onde eles estão instalados avançarem para a onda verde. 

"É um local onde liberamos fluidos, suor, onde a probabilidade de risco de contágio é muito maior. Nós temos observado a ansiedade em relação a essas questões da academia, mas, neste momento e nesta versão do Minas Consciente, os municípios que se apresentavam em melhor situação, se encontram na onda amarela e só depois de 28 dias é que haverá evolução para a onda verde", declarou Cabral.

A onda verde é o nível hierárquico onde mais estabelecimentos podem abrir. Saiba mais aqui. O Minas Consciente é programa de retomada segura das atividades econômicas. 

(Com Agência Minas*)

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