Estoque de sedativo para pacientes graves da Covid-19 pode acabar em 15 dias

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
17/07/2020 às 10:22.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:03
 ( Marcello Casal jr/Agência Brasil)

( Marcello Casal jr/Agência Brasil)

O estoque de sedativos para pacientes graves da Covid-19 em Minas é suficiente apenas para mais duas semanas. A informação foi dada pelo governador Romeu Zema (Novo) em entrevista à Radio Itatiaia. Conforme o chefe do Executivo, o Estado corre o risco de desabastecimento, caso a situação não seja normalizada nos próximos dias.

"Hoje, o problema que mais nos preocupa é a falta de sedativo. Nós ainda temos sedativos, mas um estoque pequeno, tipo para 15 dias, enquanto o correto seria ter um estoque para 45 dias ou mais", detalhou Zema, na manhã desta sexta-feira (17).

O aumento do preço dos medicamentos é apontado como um dos principais motivos para a situação. Segundo o governador, remédios que antes da pandemia eram comprados por R$ 100, agora custam até R$ 400. A alta, destacou ele, deve ser fiscalizada.

"Estamos trabalhando junto com o Ministério Público, porque os preços foram majorados em muito. E nos não queremos comprar nada acima do valor que estava há dois, três meses atrás sem ter uma prévia anuência do Ministério Público, para não sermos questionados amanhã. Houve aumentos que nos incomodam muito, da ordem de 100%, 200% e 300%", explicou.

Zema ainda frisou que o Estado tem se esforçado para regularizar a situação e impedir que os pacientes sejam prejudicados. "Hoje, não (tem risco de desabastecimento). Mas se nós não recebermos nos próximos dias, pode começar a ter esse risco", lamentou.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) explicou, por nota, que a compra dos sedativos é feita por licitação. "Apesar da dificuldade encontrada em algumas entregas pontuais, até o momento, não houve desabastecimento desses medicamentos nessas unidades estaduais", garantiu.

Para impedir que falte o insumo nos hospitais da rede estadual, a SES suspendeu cirurgias eletivas "com o objetivo de economizar medicamentos, insumos e equipamentos de proteção individual (EPIs)". Além disso, declarou repassou R$ 92 milhões para que as instituições aumentassem seus estoques. 
 
"A SES também está atuando em conjunto com o Ministério da Saúde, que está conduzindo processo de compra internacional dos medicamentos necessários em parceria com Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a perspectiva é de que os medicamentos estejam em território nacional dentro de 15 dias, com a devida destinação dos quantitativos aos estados", informou.

Levantamento do órgão, desta sexta-feira, revela que desde o início da pandemia, em março, 10.301 vítimas da Covid-19 precisaram de internação hospitalar. Atualmente, Minas tem 87.271 mil casos confirmados e 1.904 mortes pelo novo coronavírus.

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