(Carlos Henrique)
Mais de dois meses após o Hoje em Dia mostrar a situação da estrada rural de Rio de Peixe, distrito de Rio Acima (Grande BH), impactada pelo fluxo intenso de caminhões carregados de minério, ainda não estão previstas obras de infraestrutura para a via suportar a carga pesada.
A estrada é rota dos veículos da Phoenix Mineração que, desde 2012, é proibida de passar pela MG-030 para escoar minério da Mina de Corumi, na Serra do Curral, para a BR-040. Como caminho alternativo, a empresa utiliza a via rural.
Uma ação da prefeitura, movida no ano passado, chegou a impedir o tráfego no local, mas, neste ano, os veículos voltaram a circular por lá, a partir de um novo acordo. Com a retomada, quase 300 caminhões passam diariamente pelos 30 quilômetros da via, sendo que, em nove deles, há casas e condomínios, como o Vale da Mata.
Compensação
Como medida para compensar os impactos gerados pelo escoamento de cerca de 4 milhões de toneladas de minério, a Prefeitura de Rio Acima firmou convênio com a empresa, no valor de R$ 60 mil.
O dinheiro foi usado para asfaltar uma rua localizada em outra área do município (bairro Vila Duarte) e para a compra de blocos para futuras pavimentações. Para a estrada de Rio de Peixe, ficaram definidas manutenções com caminhões-pipa e pó de brita, melhorias de sinalização e instalação de quebra-molas.
O presidente da Associação de Moradores de Rio de Peixe, Amauri Silva Gomes, afirma que as medidas compensatórias são insignificantes, tendo em vista os impactos gerados. “Não teve melhoria. Jogaram o transporte pesado e não fizeram nada”.
Medidas
Conforme Amauri Gomes, a mineradora teria se comprometido a abrir pontos estreitos e asfaltar quatro quilômetros da estrada. A Phoenix Mineração, entretanto, negou, em nota, que tenha se responsabilizado pela obra e informou, ainda, que os alargamentos de pistas teriam sido feitos em 2012, quando a utilização do local começou.
Quanto às obras no bairro Vila Duarte, a empresa esclareceu que as medidas foram definidas pela administração municipal e acatadas pela Phoenix.
A prefeitura alegou que a definição do asfaltamento do trecho foi uma prioridade estabelecida pelo executivo e que isso não impede a articulação de outras ações para a estrada. No entanto, não há um prazo para que isso aconteça.
Moradores ameaçam fechar a via caso as obras de melhoria não sejam iniciadas logo