(Reprodução Facebook )
A postagem de um estudante norte-americano que mora em Belo Horizonte viralizou no Facebook neste fim de semana. No texto, há um desabafo do jovem sobre um espancamento que ele e um amigo sofreram na madrugada de sábado (26) no Centro de Belo Horizonte. A homofobia seria a motivação do crime, de acordo com o estudante.
De acordo com Shane Landry, de 26 anos, ele e o amigo foram abordados por três rapazes, que aparentavam ter cerca de 20 anos de idade e estavam bem vestidos, na esquina entre a avenida Afonso Pena e a rua Espírito Santo. “Por que estão rindo? Vocês estão rindo demais”, os homens teriam perguntado aos dois, que já seguiram em direção à dupla.
Veja a postagem:
Shane correu, mas os três rapazes alcaçaram o seu amigo, de 22 anos, que é homossexual. Quando viu o colega sofrer com chutes e socos, o norte-americano voltou e também apanhou. Segundo ele, o espancamento só parou porque vários carros estavam passando no local no momento. “Aí eles fugiram no sentido praça Sete”, relata. O estudante espera que a Polícia Civil recupere as imagens das câmeras do Olho Vivo para identificar os agressores.
No sábado mesmo, os dois amigos registraram um boletim de ocorrência na Delegacia de Plantão da Floresta. Shane esperou uma melhora nas dores, mas teve de procurar a Unidade de Pronto-Atendimento Centro-Sul na manhã deste domingo (27).
“Quando eu caí, eu me apoiei na mãe esquerda e fiquei com muita dor no puslo, fiquei sem saber se tinha quebrado. Também por causa dos chutes, senti dor no quadril. Foi para a UPA Centro-Sul, mas tiveram que me levar para a UPA Leste para que pudesse ser atendido por um ortopedista”, explica o rapaz.
Os três agressores não tentaram levar nada de Shane e seu amigo. Não tentaram pegar celular, dinheiro ou a bolsa que estava com o norte-americano. Por isso, Shane tem certeza de que foi um crime motivado pela homofobia. “Eles só queriam machucar a gente”, conta o estudante, que nunca havia sofrido uma agressão física antes.
Morador de Belo Horizonte há dois anos e estudante da UFMG, ele diz que seu sentimento pela cidade ou pelo Brasil não mudou depois da violência sofrida. “Crimes como esse têm acontecido no mundo inteiro. Poderia ter acontecido em vários outros países. Não posso culpar o lugar”, diz.