Estudantes criam aplicativo voltado à segurança de mulheres e população LGBT

Luisana Gontijo
lgontijo@hojeemdia.com.br
16/08/2020 às 15:22.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:18
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Alunas do Cotemig e do Coltec, da UFMG, em Belo Horizonte, criaram um aplicativo capaz de verificar se mulheres e a comunidade LGBT estarão seguras em determinados lugares. Batizada de Mappid, a ferramenta usa a geolocalização do celular e conta com a ajuda dos usuários, que abastecem o sistema com comentários. A tecnologia está em fase de testes e ainda precisa de um investidor para ser disponibilizada.

A proposta voltada para mulheres, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trans-gêneros foi uma das vencedoras do Technovation Challenge, competição internacional, organizada nos Estados Unidos, para jovens com propósito de solucionar problemas da sociedade. O grupo foi o melhor na categoria impacto social, e recebeu US$ 500 para usar no desenvolvimento do projeto.

App usa a geolocalização do celular; usuários poderão abastecer o banco de dados com comentários

Cenário

No Brasil, a violência relacionada a questões de gênero ou orientação sexual apresenta números alarmantes. Ano após ano, o país lidera rankings mundiais de assassinatos do público LGBT, além de concentrar 40% dos feminicídios da América Latina.

Essa realidade, segundo a professora Virgínia Mota, do Coltec, motivou a elaboração do Mappid. Nele, a pessoa contará com um mapa para marcar se sente-se confortável ou não em determinado local ou estabelecimento. “Os usuários, ao terem experiência positiva ou negativa em algum lugar, podem compartilhar sua opinião com a comunidade”. Pelo app, também é possível cadastrar telefones de emergência para pedir socorro.

No desenvolvimento do aplicativo, a professora orientou as alunas Kethellen Aryenem, Maryanne Cerqueira e Emanuelle Rodrigues, do Coltec, e Júlia Carvalho e Maryana Morato, do Cotemig, com 17 e 18 anos.

A pandemia de Covid-19 impactou na produção da ferramenta, mas sem prejudicar o resultado final. “Fizemos tudo virtualmente e dividimos tarefas, mas todas participaram”, conta Kethellen, que ficou responsável pela programação de um fórum de debates e da página com os números de emergência.

Para a jovem, a experiência foi incrível. “Desde pensar no problema, nas causas dele, a conseguir implementar algo que vai ajudar as pessoas, tive oportunidade de aprender coisas, participar de um projeto desenvolvido por mulheres e para mulheres e acrescentar isso ao meu currículo”.

Quem quiser saber mais sobre o Mappid pode acessar o perfil do app no Instagram.

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