Estudantes mineiros alegam erro na correção da prova do Enem

Juliana Baeta
jcosta@hojeemdia.com.br
17/01/2020 às 21:37.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:20
 (FLAVIO TAVARES/ARQUIVO HOJE EM DI)

(FLAVIO TAVARES/ARQUIVO HOJE EM DI)

Apesar de ter acertado 35 questões dentre as 45 de matemática na prova do Enem, o estudante Vítor Brumano Andrade Cardinali, de 19 anos, do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), tirou 368 pontos na disciplina, apenas alguns pontos a mais do a que menor nota em matemática divulgada pelo Inep, que é 359. Os resultados do Exame foram divulgados nesta sexta-feira (17).

"Deveria ter tirado mais de 700 com facilidade. Cerca de 50 colegas tiveram problemas com a nota de matemática e ciências da natureza, assim como eu. E são pessoas que acertaram a maior parte das questões, coisa de 39 das 45 questões, e com notas de 370 pontos", explica. Arquivo pessoal

Como ele, outras centenas de estudantes reclamam da discrepância entre o número de acertos na prova e a pontuação obtida. Foram criados vários grupos no WhatsApp para os candidatos discutirem o que fazer sobre o suposto erro de correção da prova do Enem, e o Instagram do grêmio do Colégio já reúne mais de 4 mil comentários somente na noite desta sexta-feira (17).

Uma publicação compartilhada por (@gremiocoluni) em

No Twitter, a hashtag #ErronoEnem é o assunto mais comentado no Brasil na noite desta sexta.

Leia essea argumentos aqui então #erronoenem pic.twitter.com/hJB5ePLFuB— Garonce (@GaroncePedro) January 18, 2020

 Ainda segundo Vítor, em contato com os canais de comunicação do Inep, a primeira resposta que recebeu é de que se trata da metodologia de correção adotada no Enem chamada Teoria de Resposta ao Item (TRI) que promete driblar os chutes no exame

A metodologia funciona da seguinte forma: cada questão tem um "peso", sendo determinada como fácil, média ou difícil. Se o candidato acerta uma questão difícil e erra uma fácil, o sistema entende que ele "chutou", então a nota acaba sendo menor do que a de um candidato que acertou uma questão fácil e errou uma difícil. 

Mas Vítor contesta essa versão. "Mas se duas pessoas acertaram 20 questões em matemática das 45, elas provavelmente terão notas bem diferentes, porque depende das questões que elas acertaram, e não da quantidade. Não faz sentido a justificativa ser o TRI, porque pra me dar a nota que me deu, eu teria que ter acertado umas cinco questões somente". 

Após diversas solicitações ao Inep, Vitor e outros estudantes, por fim, receberam como resposta que o pedido deles iria para uma análise técnica. Procurado pela reportagem, o Ministério da Educação (MEC) ainda não se posicionou sobre o ocorrido.  

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