(Frederico Haikal)
Pelo menos 106 casas do Morro Santana do Cafezal, no Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul da capital, foram condenadas por um estudo realizado a pedido da Defesa Civil de BH. As residências estão localizadas ao longo da rua Sustenido e em outras vias próximas.
O alerta para risco iminente de deslizamento de terra na região foi apresentado pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG).
O estudo, realizado em parceria com a Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS) e a Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), foi apresentado nesta sexta-feira (30).
O documento, elaborado a pedido da Defesa Civil, envolveu a participação de aproximadamente 20 profissionais. A análise final constatou que as residências foram contruídas em uma região de aterro e sem qualquer critério técnico.
O presidente do Ibape-MG, Clemenceau Chiabi, alerta que as casas "vão cair, só não se pode precisar quando".
Histórico de risco
No início de outubro, o http://cms.hojeemdia.com.br/preview/www/2.169/2.693/1.352136 lembrou que após 12 anos sem registros de mortes em deslizamentos de terra, o temor de tragédias em encostas voltava a rondar Belo Horizonte.
Casas erguidas no Morro do Cafezal estariam em “altíssimo risco”. Construídos em uma área de invasão com terreno de filito, tipo de solo suscetível a deslizamentos quando ocorre infiltração de água, os imóveis já eram apontados, na época, como o principal desafio da capital na temporada de chuva.
Desde o início, a Defesa Civil de BH defendia a remoção dos moradores.
Apesar do perigo atestado pelo órgão de prevenção, a Defensoria Pública estadual apresentou um novo estudo que descartava os riscos na encosta. A discussão foi parar na Justiça.