Estudo mostra raio-x da intolerância nas redes sociais do Brasil

Da Redação
horizontes@hojeemdia.com.br
04/08/2016 às 15:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:09
 (nova/sb / divulgação)

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Um estudo realizado entre abril e junho analisou dez tipos de intolerância praticados pelos internautas do país. No total, foram verificadas 393.284 menções feitas no Facebook, Twitter, Instagram e em blogs. As expressões revelam preconceitos com relação a classes sociais, deficiências, posições políticas, idade, raça, religião, além de homofobia, misoginia e xenofobia.

A análise foi feita pela agência Nova/sb, que faz parte da plataforma Comunica Que Muda. Com o auxílio de um software de monitoramento, o material mostra que o maior índice de intolerância praticado nas redes é com relação à política, com quase 220 mil menções - mais de quatro vezes mais do que a misoginia, que aparece em segundo lugar, com 50 mil, seguida por preconceitos relacionados à deficiência, aparência e raça. 

Minas Gerais é o terceiro estado com o maior volume de postagens intolerantes no país. Antes está São Paulo, em segundo lugar e o Rio de Janeiro, no topo. Em termos relativos, na proporção com o número de habitantes, o Distrito Federal lidera o ranking.

"A intolerância nas redes é resultado direto de desigualdades e preconceitos sociais em geral; não é uma invenção da internet. O que ocorre é que o ambiente em rede facilita a expressão; às vezes, através do anonimato. O mundo virtual é, portanto, mais uma forma para que os intolerantes se manifestem e ampliem o seu alcance", destaca Bob Vieira da Costa, sócio-fundador da agência Nova/sb.

Uma prova de que o preconceito não cresceu com o advento da internet é o fato do Brasil liderar as estatísticas de assassinatos contra a comunidade LGBT (dado da Associação Internacional de Gays e Lésbicas); mata muito mais negros do que brancos (Mapa da Violência); aparece em quinto em homicídios de mulheres (Mapa da Violência); registrou aumento de 633% nos casos de xenofobia (Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos); e 6,2% dos seus empregadores confessam não contratar pessoas obesas (site de recrutamento).

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