WASHINGTON - Os Estados Unidos disseram nesta quinta-feira (24) que estão buscando mais informações sobre a prisão de um cidadão americano na Venezuela acusado de ser um agente financiado por ONGs estrangeiras para provocar o caos após as eleições.
"Ouvimos estas notícias pela manhã (...). Não tenho um comentário, mas estamos a procura de mais informações", disse o porta-voz do departamento de Estado Patrick Ventrell.
O ministro venezuelano do Interior, Miguel Rodríguez Torres, anunciou nesta quinta-feira que Timothy Hallet Tracy, nascido em 1978 no estado de Michigan, foi detido na quarta-feira, no aeroporto internacional de Caracas, quando tentava sair do país.
Segundo o ministro, Hallet Tracy está ligado ao complô para ignorar os resultados da eleição presidencial de 14 de abril, vencidas pelo chavista Nicolás Maduro por estreita margem sobre o opositor Henrique Capriles.
A detenção ocorreu após dias de declarações de Caracas e Washington envolvendo a recontagem dos votos, exigida pela oposição e apoiada pelos EUA.
O governo venezuelano acusa Capriles de ser o responsável pela violência após as eleições, que deixou nove mortos no país.
Ventrell disse que Washington está informado sobre as ameaças contra Capriles.
"Pedimos ao governo da Venezuela que respeite os direitos dos cidadãos à reunião pacífica e à liberdade de expressão, e pedimos a todos que se abstenham de atos violentos e de outras medidas, incluindo ameaças e detenções de líderes políticos e jornalistas".
Maduro anunciou nesta terça-feira o envio do deputado Calixto Ortega como novo encarregado de negócios da embaixada em Washington com o objetivo de "incrementar o diálogo" com os Estados Unidos. Os dois países não têm embaixadores desde 2010.
Washington saudou esta nomeação como "um passo" que pode ajudar a estabelecer canais de comunicação "efetivos" entre os dois países.