Morador do Lourdes desde criança, o renomado arquiteto Gustavo Penna fala um pouco sobre sua relação com um dos bairros mais tradicionais de Belo Horizonte. As histórias são tantas que não caberiam em uma página. Nesta entrevista, Penna cita alguns fatos que considera memoráveis.   Quais lembranças marcantes que você tem do Lourdes? Na divisa do bairro de Lourdes e Funcionários, eu nasci. Na Rua Antônio de Albuquerque, 867 - telefone: 23550, (acho graça me lembrar dos cinco dígitos). Numa rua plana, a casa projetada por Raffaello Berti.   Como foi sua infância e adolescência no bairro? Aprendi a andar e a nadar no Minas Tênis Clube onde, depois de alguns anos, passaria meu primeiro carnaval, de talco no cabelo como fantasia. Meu avô, Gustavo Alberto Penna, morava na Rua Professor Antônio Aleixo. Há muitas referências neste bairro da minha infância. Lamento que muitos prédios construídos tenham substituídos casas belíssimas e, infelizmente, prédios não tão belos como as casas que existiam antes.   Qual o diferencial do Lourdes? É um bairro com esse jeito de antigo, que incentiva a caminhada, tem pracinha e clube, as ruas são largas, tem ipês floridos, muito verde e é perto do centro. Outra joia do bairro é a Bárbara Heliodora, a única diagonal fora do plano de Aarão Reis e que se assemelha com a Broadway de Nova Iorque, a única avenida que não segue o traçado ortogonal da cidade. Talvez seja por essa característica subversiva que estão lá os bares, a vida noturna, vários tipos de sabores e restaurantes.   Como arquiteto, quais pontos arquitetônicos da região você destaca? Quanto à arquitetura, aponto o Casarão dos Falci, na Av. Bias Fortes, o Minas tênis Clube, com arquitetura Art Deco, o Palácio do Governo e a Praça da Liberdade, onde eu aprendi a andar de bicicleta.

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