O ex-goleiro Bruno Fernandes, condenado a 22 anos pela morte e ocultação de cadáver da ex-amante Eliza Samudio, foi transferido nesta quarta-feira (9) de unidade prisional. Desde sua prisão, ele estava no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem. Agora, por ordem judicial, vai continuar o cumprimento da pena no  Centro de Reintegração Social (CRS) da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Santa Luzia.

Em nota, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que o ex-goleiro deixou a unidade prisional às 15h15 desta quarta-feira e foi escoltado por agentes penitenciários do Complexo.

A transferência foi autorizada pela juíza da comarca de Santa Luzia, Arlete Aparecida da Silva Coura. O goleiro continua no regime fechado e não poderá realizar nenhuma atividade externa.

O atual advogado de Bruno, Bernardo Simões Coelho, informou que o pedido de transferência foi feito em junho e que o desejo de mudança partiu do próprio ex-goleiro. “No local facilita o contato com a família dele. Além disso, a Apac Santa Luiza dá condição para ele trabalhar e de envolvimento com outras atividades que contribuam para remissão de pena e ressocialização”, afirmou.

O advogado, que atua desde junho com o ex-goleiro não quis adiantar quais os próximos passos da defesa. “Trabalha na apelação e outros recursos, que ainda serão julgados, mas não vai discutir ainda a delação”, pontuou Bernardo.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a mudança levou em conta a ordem cronológica do pedido feito pela defesa de Bruno. Também foram realizadas consultas sobre o comportamento do detento nas unidades onde já foi interno, a Nelson Hungria e Francisco Sá, no Norte de Minas Gerais.

Transferência

Não é a primeira vez que Bruno é transferido de unidade prisional. Antes de ir para a Nelson Hungria, ele estava no presídio de Francisco Sá, no Norte de Minas Gerais, desde 26 de junho de 2014. Antes de ir para o Norte do Estado, o ex-goleiro cumpria pena na Nelson Hungria desde julho de 2010.

A defesa do ex-goleiro também já tinha feito um pedido para Bruno ir para o modelo Apac. A tentativa foi feita em novembro de 2013 e negada em fevereiro de 2014, para a transferência para a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Nova Lima.

Método Apac

O método APAC tem como principais características a humanização no cumprimento da pena, a forte presença do voluntariado, o envolvimento das famílias de presos no processo de reintegração do mesmo à sociedade, a recuperação do condenado calcada no arrependimento e no propósito individual de se emendar, bem como a participação dos condenados nos serviços de segurança, limpeza e administração dos Centros de Reintegração Social.

O método foi criado em São José dos Campos na década de 80, mas só ganhou amplitude em Minas. A primeira experiência no Estado foi implantada em 1986, em Itaúna. O local hoje é reconhecido nacionalmente como modelo na recuperação de condenados.

O Governo de Minas atualmente custeia 33 Centros de Reintegração Social (CRS). O método APAC em Minas é desenvolvido em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais e a Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Fbac).

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