Ex-presidente e vice da Galoucura são condenados a 14 de prisão por morte de cruzeirense

Thaís Mota - Hoje em Dia
12/04/2013 às 21:25.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:47

O ex-presidente da Galoucura, Roberto Augusto Pereira, conhecido como "Bocão", e o vice-presidente, Willian Tomaz Palumbo, apelidado como "Ferrugem", foram condenados a 14 anos de prisão, sendo 12 por homicídio e dois por formação de quadrilha no caso da morte do torcedor cruzeirense, em novembro de 2010. Já sobre a acusação de tentativa de homicídio contra outras cinco pessoas os réus foram absolvidos. Segundo informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), os dois devem permanecer presos e aguardar a fase de recursos detidos. 

A sentença foi lida pelo juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes por volta das 20h50. Das 28 testemunhas arroladas no processo, apenas três militares que estavam em serviço no local da confusão foram ouvidos ainda na parte da manhã. As demais testemunhas foram dispensadas pela defesa dos réus.    Já os réus foram ouvidos por volta de meio-dia. Roberto Augusto Pereira, presidente da torcida organizada à época dos fatos, admitiu já ter se envolvido em brigas, mas alegou que nos sete anos que ficou à frente da Galoucura nunca se envolveu em nenhuma confusão. Já Willian Tomaz Palumbo disse que não conseguiria conter o confronto, pois nem o Batalhão de Choque foi capaz. Ele disse ainda que ao ver a confusão voltou para dentro do ginásio ao visualizar a confusão.   Após um período de intervalo para almoço, promotoria e defesa apresentaram seus argumentos sobre o envolvimento dos réus no crime que culminou na morte de Otávio Fernandes na avenida Nossa Senhora do Carmo, no bairro São Pedro, região Centro-sul de Belo Horizonte. O promotor Francisco de Assis Santiago sustentou seus argumentos sobre a responsabilidade dos réus, que eram dirigentes da torcida e poderiam ter impedido que as agressões culminassem na morte de Otavio Fernandes. O representante do Ministério Público Estadual (MPE) exibiu ainda vídeos das câmeras de segurança do Chevrolet Hall no dia do evento, mostrando a saída rápida e em bloco de torcedores da Galoucura e as agressões do lado de fora do local.    A defesa por sua vez, representada palo advogado Dino Miraglia Filho, rebateu as acusações do MPE e argumentou que, mesmo sendo líderes da Galoucura, os réus não tinham como conter a briga entre os torcedores do Atlético e Cruzeiro. Além disso, Miraglia Filho questinou a qualidade da atuação da perícia e do delegado durante a fase de investigação e afirmou que não havia provas concretas contra os réus.   Em janeiro deste ano, outros seis réus acusados matar Otávio Fernandes foram condenados por formação de quadrilha. João Paulo Celestino Souza e Marcos Vinícius Oliveira de Melo, o “Vinicin”, foram condenados ainda por homicídio duplamente qualificado. O primeiro pegou 15 anos e dez meses e, o segundo, foi condenado a 17 anos, ambos em regime fechado. Os outros quatro réus receberam a sentença de dois anos de prisão em regime aberto. Já sobre a acusação de tentativa de assassinato de Rodrigo Oliveira todos os réus foram inocentados. Entenda o caso   No dia 27 de novembro de 2010, Otávio Fernandes e outros torcedores do Cruzeiro foram cercados por integrantes da Galoucura, na avenida Nossa Senhora do Carmo, no bairro São Pedro, região Centro-sul da capital. Os cruzeirenses conseguiram correr, mas Otávio foi espancado até a morte por, pelo menos, 12 atleticanos.   De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, os agressores estavam em um evento de luta livre no Chevrolet Hall. Ao ficarem sabendo da chegada de membros da torcida rival, o grupo teria saído da casa de shows e agrediram cinco torcedores, “com ações extremamente violentas”, utilizando paus e cavaletes, e que culminou na morte de Otávio. As outras quatro vítimas ficaram bastante feridos. Câmeras de vigilância registraram o fato e a crueldade dos torcedores alvinegros.

Atualizada às 22h15

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