Exames de sangue indicaram que oito cães do Corpo de Bombeiros de Goiás, que atuaram no resgate a vítimas na área atingida pelo rompimento de barragem Brumadinho, apresentaram alterações na taxa de metais pesados no corpo. Os animais, porém, passam bem e não demonstraram alguma enfermidade por causa da alteração.

De acordo com o assessor de comunicação da corporação goiana, tenente-coronel Fernando Caramaschi, o aumento na taxa de metais pesados, como chumbo e alumínio, foi detectado na primeira de três coletas feitas nos animais. A expectativa é que as outras amostras indiquem um retorno ao patamar normal de presença de metais no sangue.

Também foi colhido o sangue dos bombeiros de Goiás que estiveram em Brumadinho, mas o resultado ainda não foi divulgado pelo Ministério da Saúde.

Além dos veterinários enviados pela Vale, responsável pela barragem que se rompeu no dia 25 de janeiro, profissionais da Universidade Federal de Goiás estão acompanhando a saúde dos cães.

Há um cuidado ainda mais especial para Vênus, uma das cadelas mais premiadas do Corpo de Bombeiros em Goiás. Ela está prenhe de três filhotes e, conforme o acompanhamento veterinário, o desenvolvimento da gestação acontece dentro da normalidade.

Para Caramaschi, há hipóteses para que os cães tenham apresentado alteração na composição sanguínea após o trabalho na lama de rejeitos. “Acreditamos que a contaminação nos cães é maior porque, além de ter um faro mais apurado, eles acabam ingerindo um pouco daquela água presente na lama para se refrescarem. Ele tem um contato maior com aquele material do que o homem, que está com a maior parte da pele protegida”, explica o tenente-coronel, reforçando que o trabalho dos cães é fundamental para o trabalho de buscas por vítimas.

Até o momento, 247 mortos na tragédia foram identificados e outros 22 estão na lista de desaparecidos.

Dentro do esperado

Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, a alteração na taxa de metais pesados nos exames feitos em homens e cães da corporação já é esperada. Há uma expectativa de que, depois de alguns dias, o corpo elimine os metais e as taxas se normalizem. “Preocupantes são os casos sintomáticos ou de exposição aguda, mas nenhum deles aconteceu até o momento”, afirmou o porta-voz.

Aihara afirma ainda que todos os militares de Minas que apresentaram algum tipo de alteração no exame sanguíneo em relação a aumento de metais refizeram os exames e verificaram que as taxas retornaram à normalidade. Os resultados não são divulgados, segundo ele, pois constam de prontuários médicos pessoais dos militares.

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